O senador paraibano Raimundo Lira (PMDB), indicado para a presidência da Comissão Especial que analisará o impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), no Senado Federal, disse, no final da manhã desta sexta-feira (22), que seu posicionamento em relação ao processo é de “isenção total”. De acordo com o peemedebista, não há como se pronunciar a favor ou contra o afastamento da chefe do executivo na função em que se encontra.

“A minha posição hoje tem uma expressão nova, ela nem é contra, nem a favor, e nem indecisa, é de isenção total do assunto que está sendo discutido. Porque só tenho condições de exercer, com a imparcialidade que é exigida pela função, se a minha posição for de total e absoluta isenção. Não posso de maneira alguma manifestar meu status de voto”, justificou Lira em entrevista à Rádio CBN.

“Quando for votar como senador da República, ai sim vou manifestar a minha intenção de voto. Mas, neste momento, em que estou presidindo essa comissão, não posso fazer algum tipo de manifestação contra ou a favor”, complementou.

Na condição de presidente da Comissão Especial, o senador afirmou que vai abrir amplo espaço para a defesa da presidente Dilma Rousseff (PT), como também para as discussões entre os integrantes do grupo. “Essa interlocução ocorrerá normalmente a partir de segunda-feira (25), quando a Comissão será instalada no Plenário do Senado Federal, e iniciaremos o trabalho já na terça-feira (26), em espaço próprio”, afirmou.

O senador afirmou que já está trabalhando em torno do processo junto de uma equipe especializada na Lei 1.079/1950, que trata especificamente sobre o rito do impeachment, na área do Direito Constitucional, e sobre o Regimento Interno do Senado Federal. “Todos são preparados tecnicamente, e nos auxiliarão para que, de pronto, possamos resolver as questões de ordem que serão levantadas durante o trabalho da Comissão”, concluiu.