Policial
Lindbergh Farias critica Hugo Motta por pautar revogação do IOF com relator bolsonarista
25/06/2025

Lindbergh Farias (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
Brasil 247
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), criticou publicamente o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), após a inclusão, na pauta de votações, do projeto que revoga o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A proposta foi pautada em uma semana de quórum reduzido devido às festas juninas e sob relatoria do deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Para Lindbergh, a escolha do relator e o momento da votação representam um “grave erro” e uma “provocação desnecessária”. Segundo o petista, a iniciativa surpreendeu o governo e foi anunciada em horário atípico, por volta das 23h35 da terça-feira (24), por meio de uma postagem de Hugo Motta na rede social X (antigo Twitter).
“Designar o Coronel Chrisóstomo como relator, um bolsonarista histriônico, chega a parecer uma provocação. Não existe espaço de diálogo algum”, afirmou o parlamentar ao jornal O Globo. Ele também questionou a viabilidade da votação sem a presença da maioria dos deputados em Brasília. “É uma temeridade pautar um tema de tamanha importância sem quórum. Fico me perguntando o que motivou essa convocação tão tardia”, acrescentou.
Siga o canal do WSCOM no Whatsapp.
Lindbergh também apontou riscos fiscais caso a proposta seja aprovada. Segundo ele, a manutenção do IOF é essencial para o equilíbrio das contas públicas. O governo, afirmou o deputado, já havia assegurado R$ 30 bilhões dos R$ 50 bilhões necessários, contando com o tributo para alcançar os R$ 12 bilhões restantes. A revogação criaria um vácuo orçamentário.
“Se derruba isso, de onde vão tirar os R$ 12 bilhões? Essa marcação de posição contra o governo, nesse momento, é muito ruim. Antecipar o debate de 2026 agora também é um erro. Esse debate deve ocorrer no seu tempo, em 2026”, afirmou.
Por fim, o líder do PT acusou setores do Congresso de atuarem para enfraquecer o governo Lula. “Não é correto tentar antecipar o calendário eleitoral impondo derrotas ao governo e prejudicando o país. Nós não vamos aceitar que tentem paralisar o governo do presidente Lula”, concluiu.
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.