Política

Lindberg Farias confirma candidatura ao governo do RJ e ataca PMDB

Pelo PT


26/02/2013

O paraibano Lindbergh Farias, senador pelo PT-RJ, confirmou sua pré-candidatura ao governo do Rio de Janeiro em 2014 e subiu o tom nesta terça-feira (26) ao criticar nota do PMDB do Estado contra sua candidatura.

Lindbergh disse que seu nome "está colocado" e nenhum partido tem o direito de dar um "ultimato" à presidente da República ou ao PT.

"As coisas não funcionam assim, se dando ultimato à presidente da República. Eu trabalhava para liderar uma frente, inclusive com o PMDB, mas se o PMDB quiser lançar candidatura própria deles, eles têm todo o direito. O que não pode é eles decidirem sobre o que a gente vai fazer. Quem decide é a gente", disse.

Lindbergh afirmou ter a "convicção" de que Dilma e o ex-presidente Lula, mesmo pressionados por peemedebistas, não irão pedir para que retire a candidatura. "Não existe esse pedido."

Apesar de o PMDB defender que o PT apoie a candidatura do vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), o senador disse não acreditar que o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) seja o responsável pelas articulações do partido que levaram à divulgação da nota.

"Não acho que essa foi uma forma elegante de tratar desses temas. O elegante é a conversa. Não fica bem ninguém dar declaração tentando colocar na parede. Eu tenho certeza que o Sérgio Cabral não faria desta forma."

O senador afirmou que o programa do PT estadual nesta semana no rádio e na TV, elaborado pelo marqueteiro João Santana, foi o estopim para a reação peemedebista. Lindbergh foi o protagonista da propaganda.

"O programa deu muita repercussão no Rio. Talvez isso tenha esquentado um pouco o clima, as paixões. Considero as declarações meio apaixonadas, e não calmas. Se você analisar bem, uma declaração como essa não é demonstração de força. Parece que a nossa candidatura está incomodando. Parece demonstração de fraqueza", disse.

Integrantes do PT nacional atribuem a responsabilidade pelas articulações do ataque ao presidente da sigla no Estado, Jorge Picciani.

Ele estaria "ressentido", segundo petistas, pelo fato de Lula ter apoiado Lindbergh e Marcelo Crivella (PRB-RJ) na disputa ao Senado, em 2010, quando foi candidato derrotado ao Senado.

NOTA

A nota foi lançada na semana em que Lindbergh deve iniciar visita aos municípios do Rio para preparar sua candidatura. O senador chama essa fase de Caravana da Cidadania, como a realizada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na década de 1990.

O texto, que será lida na convenção nacional do PMDB, marcada para o sábado, afirma que o chamado palanque duplo com candidatos do PT e do PMDB "não se sustenta" no Rio

"Todas as nossas lideranças e, sobretudo, a nossa militância apoiam Pezão, um gestor experiente e capaz. Sua candidatura é inegociável –não há hipótese de ele não ser candidato. Por tudo isso, o cenário de palanque duplo para a presidente Dilma não se sustenta. Trata-se de uma equação que não fecha e cujo resultado não será a soma, mas a subtração", diz a nota assinada por Picciani.

O documento será lido por seu filho, o deputado federal Leonardo Picciani, na convenção.

Em tom de ameaça, o PMDB cita na nota a votação recorde recebida por Cabral em 2010 e por Dilma no Estado no segundo turno de quando a presidente se elegeu.



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