Futebol

Ligado no Timão, Dentinho exalta aprendizado na Europa: “Intenso”

"Intenso"


24/12/2014



O ano de 2014 reservou surpresas complicadas para os brasileiros que atuam no futebol do Ucrânia. A cidade de Donetsk, palco de conflitos políticos, assustou os atletas. A questão foi além do nível esportivo: o Shakhtar, principal clube local, transferiu suas atividades para Kiev, capital do país, e passou a jogar em Lviv. Acostumado a uma rotina muito mais tranquila em São Paulo, onde nasceu e foi revelado pelo Corinthians, o atacante Dentinho define em uma palavra tudo o que viveu de janeiro a dezembro deste ano: aprendizado.

Além de Dentinho, Alex Teixeira e Douglas Costa, os outros brasileiros que atuam no Shakhtar, chegaram a “sumir” por alguns dias durante a tensão política na Ucrânia, com medo dos desdobramentos. No dia 17 de julho, o voo MH17 da Malasya Airlines, com 298 pessoas a bordo, caiu na cidade quando viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur. Com a região da Crimeia, no leste do país, sob disputa, a desconfiança de que separatistas pró-Rússia haviam sido os responsáveis pelo ato piorou o clima no local. O estádio do Shakhtar, a Donbass Arena, chegou a ser bombardeado em agosto.

– Você vê muita gente falando que fugimos, porque ficamos com medo. Tenho filhos e família, assim como todos os jogadores. Os diretores nos passaram tranquilidade, mas decidimos voltar para o Brasil e conversar com os nossos empresários. Voltamos alguns dias depois. O sentimento naquele momento era de medo, mas foram excepcionais conosco – afirmou o atacante, em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com.

Contratado pelo Shakhtar Donetsk em maio de 2011, Dentinho ficou marcado na história do Corinthians ao marcar o gol de número 10 mil da história do clube. Por ter saído da base para o profissional em um momento conturbado, quando o Timão foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, e permanecido na sequência, conquistando a Série B de 2008, o Paulistão e a Copa do Brasil de 2009, ele é lembrado com carinho pela torcida.

– Sou corintiano mesmo, é meu time do coração. Assisto aos jogos, tenho um carinho desde pequeno. Sofro junto. Nas épocas em que a diferença do fuso é de quatro horas fica mais fácil para assistir aos jogos. Quando é de seis fica mais complicado, mas faço o possível. Tenho ótimas lembranças de lá.

Estabelecido na Ucrânia e acostumado às diversas peculiaridades do país, Dentinho se diz satisfeito com a vida na Europa. Emprestado ao Besiktas, da Turquia, por uma temporada, diz ter aprendido sobre futebol como nunca – especialmente vivendo de perto a Liga dos Campeões.


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