Em mais de 20 anos, a proporção de pessoas com o ensino superior completo no Brasil mais praticamente triplicou. De acordo com o Censo 2022, a proporção de pessoas com 25 anos ou mais a graduação completa cresceu 2,7 vezes – saltando de 6,8% para 18,4%. Esse crescimento representa um estreitamento do mercado que, com mais mão de obra qualificada disponível, afunila seus requisitos para os maiores cargos e salários.

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O economista Naercio Menezes Filho, pesquisador do Insper, realizou um levantamento que aponta que o salário médio de quem possui o ensino superior completo gira em torno de R$ 6.160. O valor representa quase a metade de quem possui alguma pós-graduação, que soma cerca de R$ 11.539.

O advogado Dr. Paulo Soares, pós-graduado em Direito do Consumidor, conversou com o Portal WSCOM e explicou como afirmou que para quem deseja trabalhar em empresas de porte maior, ir além da graduação faz a diferença.

“A pós certamente faz você sair na frente para quem busca uma vaga e também te entrega maiores salários, inclusive aos concursados. Mas ela é apenas um degrau… você precisa de outras habilidades para alavancar. Acredito que isso se dê em qualquer setor”, argumentou o profissional.

Em relação aos desafios enfrentados pelos profissionais que já conquistaram uma especialização, Dr. Soares afirma que estes não são muitos distantes dos de quem está na primeira graduação.

“Os desafios são os mesmos de quem não tem graduação. É estar sempre em busca de um diferencial. De aprimorar qualidades e conhecimentos. E o conhecimento é libertador… porque você não vai atrás de vaga, é a vaga que procura você”, concluiu.

Como as universidades preparam para o mercado

Além das universidades públicas que possuem diversos programas de pós-graduação para áreas distintas, a Paraíba também possui um leque de possibilidades para aqueles que desejam dar continuidade aos estudos através de instituições privadas. Em entrevista ao Portal WSCOM, Ewerton Macedo, Coordenador de Pós-graduação e Educação continuada da Unipê, afirmou que a universidade busca mesclar os ensinamentos teóricos e práticos para que o aluno consiga um desempenho ainda maior no mercado de trabalho.

Além disso, a instituição constrói uma relação institucional através de convênios para construir pontes que aumentam as chances de empregabilidade dos alunos. “Um dos pilares do nosso programa de pós-graduação é proporcionar aos alunos oportunidades de ascensão profissional. Isso é possível graças ao nosso relacionamento institucional com os setores público e privado por meio de convênios de educação corporativa”, relatou o coordenador.

Outro fator que colabora para que os alunos consigam ascender no mercado de trabalho é o contato direto com profissionais que estão inseridos nele e que acompanham as suas tendências.

“Nosso corpo docente é composto por profissionais atuantes no mercado e esse é o nosso principal elo de conexão, pois são profissionais de relevância e que estão em atividade no setor público e privado. Dessa forma, o conhecimento gerado em sala de aula está amplamente conectado com o que acontece de fato nos ambientes de exercício profissional”, argumentou.

Áreas em alta: onde está a maior procura por especialização

Ewerton também relatou que uma das tendências observadas pela universidade é uma crescente concentração em áreas específicas. “Segundo dados do Instituto Semesp, as áreas que concentram o maior número de profissionais com pós-graduação concluída ou em andamento são: Gestão e Negócios, Educação, Saúde e Direito”, disse.

“Um fenômeno a ser observado é o do crescimento acelerado do mercado na área de Tecnologia da Informação. A área de TI atualmente ocupa o quinto lugar no ranking de profissionais pós-graduados, mas o ritmo acelerado e as tendências de mercado indicam que esta área pode assumir a liderança”, continuou.

O que buscam os alunos da pós hoje

De acordo com Ewerton, a instituição realizou uma pesquisa recentemente com o objetivo de mapear o perfil profissional de seus alunos de ensino superior do grupo Cruzeiro do Sul Educacional. Os dados coletados foram os seguintes:

a) 20% desejam ‘’ser promovidos ou ter aumento salarial’’;
b) 19% desejam ‘’migrar de carreira profissional’’;
c) 10% desejam ‘’abrir seu próprio negócio’’.

“Nesse mesmo levantamento recebemos dezenas de relatos de que a partir da pós-graduação (ainda em curso) os alunos já puderam ser promovidos, conseguir uma vaga de trabalho, abrir o próprio negócio ou atuar em uma nova profissão”, concluiu o coordenador.