Antes mesmo de ser eleito Papa, Leão XIV, então cardeal Robert Prevost, já era uma voz ativa nas redes sociais. Com 14 anos de presença no Twitter (hoje X), ele construiu um histórico de cerca de 400 publicações nas quais abordou temas centrais da agenda social e política mundial, com destaque para declarações contundentes sobre racismo, imigração, pena de morte, gênero, aborto e abusos sexuais na Igreja.

Em fevereiro de 2025, por exemplo, Prevost rebateu publicamente o vice-presidente americano JD Vance, que havia defendido que os cristãos deveriam amar primeiro suas famílias, depois seus vizinhos e, por fim, seus compatriotas. “Jesus não nos pede que classifiquemos nosso amor pelos demais”, respondeu o cardeal, gerando ampla repercussão.

Durante o governo de Donald Trump, Prevost fez diversas críticas públicas às políticas migratórias americanas. Em 2018, condenou a separação de famílias na fronteira, citando o cardeal Cupich: “Não há nada remotamente cristão… em uma política que arranca crianças de seus pais”. Já em 2017, chamou a proibição da entrada de refugiados nos EUA de “época obscura” para o país.

Em temas sensíveis dentro da própria Igreja, o atual Papa se posicionou claramente. Rechaçou o racismo após a morte de George Floyd em 2020, declarou-se contra a pena de morte já em 2014 — “é inadmissível” — e pediu à Igreja que expulse clérigos abusadores: “Se você é vítima, denuncie”, afirmou recentemente.

Sobre o aborto, Prevost compartilhou diversas mensagens com tom pró-vida, ecoando posições do Papa Francisco. Também mostrou críticas à chamada “ideologia de gênero”, apoiando conteúdos que defendem a estrutura familiar tradicional.

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Durante a pandemia de Covid-19, intensificou sua atuação online para promover medidas de proteção à vida, como o distanciamento social. E, assim como Francisco, destacou repetidamente a urgência de enfrentar a crise climática, alinhando fé e responsabilidade ambiental.

Agora no Trono de São Pedro, Leão XIV traz para o papado uma inédita bagagem de engajamento público digital — e promete manter a Igreja presente nos debates mais urgentes do mundo contemporâneo.