A expectativa para o reencontro entre Gilson Kleina e a Ponte Preta, seu ex-clube, era grande. O confronto poderia assegurar o Palmeiras antecipadamente às quartas de final do Paulistão Chevrolet caso vencesse a invicta Ponte Preta, no Moisés Lucarelli. E com um time misto, o Verdão contou com a "operação Leandro" para vencer a então invicta Ponte Preta por 2 a 1, neste domingo, em Campinas.

O atacante Leandro, que defendeu a Seleção Brasileira no amistoso contra a Bolívia no sábado e marcou um gol com apenas 15 minutos em campo, enfrentou uma "maratona" de viagem para conseguir jogar neste domingo. Depois do amistoso, o palmeirense foi para o Rio Janeiro, depois seguiu para o São Paulo e chegou à capital às 2h30. Após demostrar vontade de jogar, foi escalado e decidiu. Foi dele o gol da vitória do Palmeiras em Campinas. O primeiro foi anotado pelo meia Tiago Real, no início do jogo.

A derrota é a primeira da Macaca neste Paulistão. Vice-líder da competição, a Ponte não havia perdido, sendo nove vitórias e sete empates até então conquistados. A marca, agora batida, já havia entrado para a história do clube como o melhor início da temporada desde 1981.

No meio da semana, o Palmeiras se prepara para a partida decisiva na Copa Libertadores. De olho na classificação para a próxima fase, o Verdão encara o Libertad (PAR), quinta-feira, 19h15, no Pacaembu. Já a Ponte Preta se reapresenta nesta segunda e terá a semana livre para treinar antes de encarar o Mirassol, domingo.

Com o resultado, o Palmeiras garante vaga para as quartas da competição, ocupando o 6ª lugar com 31 pontos. A Ponte, já classificada também, continua na vice-liderança, com 34 pontos.

O JOGO

Antes de a bola rolar, abraços e uma rápida conversa entre Kleina e os funcionários da Ponte Preta acalmaram a tensão que existia para o reencontro. Temendo a reação de sua torcida, a diretoria da Ponte Preta não cansou de ecoar nos alto falantes do Moisés Lucarelli avisos para seus torcedores não arremessarem nenhum objeto em campo. A preocupação era que houvesse chuva de moedas, como assim fez a torcida do Santos a Paulo Henrique Ganso, que hoje defende o São Paulo.

Em campo, novidades não faltaram para o time escalado por Kleina. Uma até soava estranha: volante Wendel na lateral direita e o lateral-direito Ayrton no meio campo. A alteração inusitada até deu certo, afinal Wendel foi quem deu a assistência para Tiago Real marcar e ainda provocou dois cartões amarelos aos jogadores da Ponte Preta.

Tiago Real era uma dessas novidades de Kleina. O meia não atuava como titular desde a partida contra o Flamengo, no dia 17 de novembro, pelo Brasileirão do ano passado, e neste domingo começou entre os titulares. Recuperado de uma cirurgia no ombro direito, o camisa 23 aproveitou o cruzamento de Wendel, aos 3 minutos de jogo, e cabeceou para o fundo das redes do goleiro Edson Bastos.

E se a partida teve um ritmo de teste, Kleina pôde ver um meia balançar as redes. Com dificuldades para encontrar o substituto de Valdivia, lesionado, Tiago Real mostrou que está na briga pela posição e pode colocar uma "dúvida boa" na cabeça do treinador para a partida decisiva no meio da semana pela Copa Libertadores, diante do Libertad (PAR), no Pacaembu.

Mas lembra da Ponte Preta invicta? Ela apareceu. No fim do primeiro tempo, a Macaca aproveitou um cochilo da defesa palmeirense e Uendel cruzou dentro da área para Ramírez. O camisa 10 dividiu com o goleiro Fernando Prass e levou a melhor: 1 a 1, em Campinas.

No segundo tempo, a Ponte Preta voltou acelerada e por muito pouco não chegou ao segundo gol. No entanto, quem balançou as redes foi o Palmeiras. Aos 27 minutos, o lateral-esquerdo Juninho acertou o cruzamento, Leandro dominou e bateu com categoria para recolocar o Verdão à frente do placar.

Na próxima rodada, a Ponte Preta encara o Mirassol, domingo, às 18h30, no Moisés Lucarelli. No mesmo dia, às 16h, o Palmeiras encara o praticamente rebaixado Guarani, no Pacaembu.