Policial

Justiça autoriza cantora portuguesa deixar Cuiabá com a filha que teria feito ab


29/01/2013



A cantora portuguesa Maria Adelaide Ferreira foi autorizada pela Justiça a voltar para Portugal junto com a filha dela, uma adolescente de 14 anos. Ela foi Indiciada pela Polícia Civil de Mato Grosso por ter, supostamente, auxiliado a filha a cometer aborto na capital mato-grossense.

Na segunda-feira (28), a jovem e a mãe foram ouvidas pela juíza da Vara da Infância de Cuiabá, Gleide Bispo, que autorizou que elas voltassem para Portugal. “Existe um ato infracional que está em apuração ainda. Mas nesse ato infracional ela não está internada”, disse a juíza.

No entanto, a mãe da jovem se comprometeu em juízo, de que a filha vai cumprir medida sócioeducativa em Portugal. “Indo do ponto de vista de que a adolescente deva cumprir medida socioeducativa, mas pode ser cumprida em Portugal porque ela precisa da companhia da mãe”, ressaltou o promotor de justiça, Manoel Rezende Rodrigues.

O advogado da cantora disse que a família vai começar a organizar a viagem e afirmou que Adelaide é inocente. Além da mãe portuguesa, a polícia indiciou o namorado brasileiro, de 21 anos, e a mãe dele, por também tentarem acobertar o crime. Em depoimento à polícia no dia 23 deste mês, a cantora negou ter ajudado a filha a abortar.

O caso

O caso foi descoberto na madrugada do dia 4 de janeiro quando a garota deu entrada no Hospital Universitário Júlio Müller. Ela apresentava um quadro grave de hemorragia provocado pela ingestão de quatro comprimidos contendo substância altamente abortiva. Três horas depois de tomar o medicamento, ela entrou em trabalho de parto que só foi concluído quando o feto foi expelido no vaso sanitário da unidade hospitalar.

A garota de 14 anos conheceu o rapaz brasileiro na região de Cascais, em Portugal. O casal passou a morar na casa da mãe da adolescente desde fevereiro de 2012 e, no dia 28 de setembro do ano passado, ambos viajaram para Cuiabá. A jovem portuguesa queria conhecer a família do namorado. Na capital, a menina descobriu que estava grávida ao fazer dois testes de farmácia.

Em depoimento à polícia, a menina disse que tomou a decisão de abortar e, mesmo o namorado tendo se mostrado contrário à decisão dela, foi auxiliada por ele a fazer pesquisas na internet para localizar abortivos. Eles resolveram adquirir o medicamento de uma organização internacional que auxilia mulheres em dificuldade para manter uma gravidez.

O remédio foi adquirido em um site holandês. Um médico austríaco emitiu uma receita e os 10 comprimidos remetidos pela Índia foram encaminhados à casa do namorado da adolescente, em Cuiabá, ao custo de R$ 88. O delegado que investiga o caso também solicitou à Justiça a proibição de veiculação do site por meio do qual a portuguesa adquiriu os medicamentos.



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