O juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal, em Curitiba, um dos responsáveis pela condução da Operação Lava-Jato, esteve na Filádelfia na última quarta-feira (14), onde palestrou a convite escola de Direito da Universidade da Pensilvânia. Na ocasião, o repórter Rodrigo Rangel, da Veja, que cobria a viagem do juiz, entrevistou rapidamente o magistrado. Ao ser questionado sobre uma eventual prisão de Lula, Moro respondeu: "Sem comentários".

Moro ainda disse que não faz ideia de onde a Lava-Jato vai chegar, rebateu questionamentos sobre o "atropelo de direitos" dos investigados e disse que não vê manobra do atual governo no sentido de abafar a operação.

Neste mesmo dia, horas antes, procuradores do Ministério Público Federal (MPF) apresentaram denúncia contra o ex-presidente Lula por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e o colocaram como o "comandante máximo" do esquema de enriquecimento ilícito da Petrobras.

Confira os questionamentos respondidos pelo juiz:

— A Lava Jato já prendeu alguns dos maiores empresários do país e alcançou dezenas de políticos dos mais importantes. O que ainda falta? Não tenho ideia. Nem eu sei aonde a Lava Jato vai chegar.

— Como enxerga a crítica de que a Lava Jato tem atropelado direitos dos investigados? Somos muito zelosos com o devido processo legal. A gente segue a lei e outros seguem a política.

— Que outros? Aí fica para sua interpretação.

— Dias atrás, o ex-advogado-geral da União disse que o atual governo quer abafar a Lava Jato. A exemplo do que ocorreu na Operação Mãos Limpas, o senhor vê a política operando para limitar as investigações? Não vejo nenhum movimento do atual governo no sentido de abafar as investigações.

— Vou repetir a pergunta que o senhor mais ouve na rua: o ex-presidente Lula será preso? Sem comentários.