Maria do Rosário Caetano, jornalista e crítica de cinema da Revista de Cinema, escreveu sobre o abandono do Hotel Tambaú, ícone projetado por Sérgio Bernardes, fechado há anos, e que sofre com o abandono e a deterioração.

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ACORDA, JAMPA, acorda Paraíba!!!!

Uma nota dissonante nessa minha última estada na capital paraibana. Continua o imbróglio do HOTEL TAMBAÚ, maravilha desenhada pelo arquiteto Sergio Bernardes (1919 – 2002) e inaugurada há mais de 50 anos (de memória, creio que foi inaugurado em 1971). Pois uma briga jurídica fechou o hotel, patrimônio da arquitetura brasileira. E me contam que não há solução à vista.

 Um sobrevôo de drone (não sei precisar o nome de quem o fez) mostrou que tudo está deteriorando!!! Eu sei muito bem que os ecologistas paraibanos e pessoenses não gostam do hotel, porque ele quebra o acesso contínuo ao mar!!! Entendo essa postura. E respeito. Mas, como a Varig o construiu nos anos 1970, não houve o protesto necessário para impedir sua materialização. Hoje ele está lá e tornou-se um dos cartões postais de Jampa.

 O que Judiciário, Legislativo e Executivo paraibanos têm que fazer é encontrar solução rápida para esse imbróglio arquitetônico-urbanístico-turístico. Ah, o hotel sempre contou com um imenso cinema, frequentadíssimo pelo público. Lá aconteceram algumas inesquecíveis edições do FEST ARUANDA! Lá assistimos à pré-estreia nordestina de LULA, O FILHO DO BRASIL (2009), filme de Fábio Barreto. Estavam presentes o governador do estado e o prefeito municipal. Cinema abarrotado!

 Lá Dona Elizabeth Teixeira, viúva do líder camponês João Pedro Teixeira e protagonista de “Cabra Marcado para Morrer” (Eduardo Coutinho, 1964-1984), recebeu seu Troféu Aruanda Especial. Por falar nela, em fevereiro próximo a líder camponesa paraibana fará 100 anos.

 Voltando ao Hotel Tambaú: onde estão os herdeiros de Sergio Bernardes, pai do cineasta Sergio “Tamboro” Bernardes, que assistem CALADOS ao imbróglio que está destruindo um dos mais incríveis hotéis do Brasil????