Em um ataque aéreo na noite de sexta-feira (27), Israel anunciou a morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, e de outros importantes comandantes do grupo, entre eles Ali Karaki, responsável pela chamada Frente Sul. A informação foi divulgada oficialmente pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) e repercutida pelo jornal The Times of Israel neste sábado (28).

De acordo com o comunicado das FDI, Nasrallah e os outros comandantes foram alvejados enquanto se reuniam na sede principal do Hezbollah, localizada nos subúrbios ao sul de Beirute, em uma área conhecida como Dahiyeh, um reduto estratégico do grupo militante. “O ataque foi realizado enquanto os altos escalões do Hezbollah estavam em sua sede e coordenavam atividades terroristas contra os cidadãos do Estado de Israel”, informou o comunicado das FDI.

O Hezbollah, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre a morte de seu líder, mas segundo a AFP, o grupo perdeu contato com Nasrallah na noite de 27 de setembro, o que aumentou as especulações sobre seu possível falecimento. Relatos da mídia europeia indicam que o Hezbollah está avaliando a situação e se preparando para um eventual pronunciamento.

O bombardeio destruiu prédios residenciais no bairro de Dahiyeh, uma área densamente povoada, predominantemente xiita. De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, ao menos seis pessoas morreram e 91 ficaram feridas nas explosões. O número de mortos pode aumentar, já que as equipes de resgate ainda estão vasculhando os escombros de seis edifícios que foram completamente destruídos.

As explosões também geraram uma grande onda de choque que foi sentida a mais de 30 quilômetros de Beirute, com vidraças estilhaçadas e casas abaladas pela força das detonações. Imagens de televisão mostraram cenas de destruição, com crateras no solo e carros tombados, enquanto as autoridades locais tentam dimensionar a extensão total dos danos.

Este ataque marca uma das maiores ações militares contra o Hezbollah desde os confrontos mais recentes entre Israel e o grupo, que têm se intensificado nas últimas semanas. A morte de Hassan Nasrallah, caso confirmada oficialmente pelo Hezbollah, poderá desencadear novas ondas de violência na já tensa região do Oriente Médio.

O Hezbollah, organização xiita fundada nos anos 1980 e apoiada pelo Irã, tem sido um dos principais atores no cenário político e militar do Líbano, frequentemente em confronto com Israel. O futuro das relações entre os dois países, já fragilizadas, pode sofrer uma escalada significativa após esse incidente.

A expectativa agora é que o Hezbollah se manifeste sobre a morte de Nasrallah e a estratégia que adotará em resposta a este ataque. Israel, por sua vez, afirmou que continuará a realizar ações preventivas para garantir sua segurança diante do que considera ameaças terroristas.