Quem não se derrete ao ver um cachorro? Não é à toa que o bichinho é popular no mundo todo. Muitas famílias os tratam como verdadeiros membros e os enchem de carinho e mordomia. Mas além dos maus-tratos sofridos por muitos deles, abandonados nas ruas, alguns países possuem hábitos que impedem que essa relação entre homem e cachorro seja assim tão natural. É o caso do Irã.

Vistos como impuros, segundo a interpretação islâmica local, cachorros e seus donos têm sofrido com um governo que tenta impedir que pessoas tenham cães em casa. Porém, mesmo com o risco de ter o animal apreendido e receber uma multa, as vendas dos bichinhos têm crescido e cada vez mais pessoas querem ter um cachorro em casa.

Durante décadas, a criação de cachorros como animais de estimação era algo raro e, portanto, tolerado pelo governo. Mas o aumento do número de cães, adquiridos por uma classe média interessada nos animais, tem alarmado as autoridades nos últimos anos. As informações são da agência de notícias AFP.

Soroush Mobaraki, uma farmacologista veterinária, comprova que muitas pessoas têm desejado um cãozinho em casa. Dona de um pet shop, ela diz que as vendas vêm crescendo apesar dos temores.

— Nós vendemos de 15 a 20 cães por mês, mas sei de comericantes que vendem muito mais.

Atos simples, como passear com o cachorro pela cidade, já são criminalizados. Até visitas de veterinários têm sido solicitadas, pois os donos têm medo de levar os bichos até as clínicas. Algumas famílias até mudaram de endereço para proteger seus cães.

Uma mulher que preferiu não dar seu nome completo diz que considera Pomeranian como uma filha.

— Você vê, para mim, ela não é apenas um animal de estimação, mas um membro da família.

Os iranianos têm gostado tanto da ideia de criar cães que alguns até se gabam pelo estilo de seus bichinhos, desfilando com eles por todos os lados com roupas e acessórios. Não é raro ver um deles circulando em carros de luxo e roupas de grife canina pelos bairros abastados de Teerã. Para algumas pessoas, ter um cachorro já virou artigo de luxo e isso tem causado a irã dos clérigos mais radicais.