Economia
Inflação alta deve manter Selic a 15% por ‘período prolongado’, aponta BC
Ata do Copom aponta manutenção da Selic por período prolongado diante de inflação resistente e desancoragem das expectativas para 2025.
25/06/2025

(Foto: Reprodução)
WSCOM/ Agência Brasil
O Banco Central divulgou, nesta terça-feira (24), a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No documento, o órgão prevê uma inflação acima da meta, o que deve implicar na prolongação da taxa básica de juros (Selic) a 15% ao ano.
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Trecho da ata afirma que será feita uma avaliação do nível corrente da ata de juros após uma manutenção por período “bastante prolongado”, para que seja possível” assegurar a convergência da inflação à meta”.
Segundo o comitê, os núcleos de inflação vêm se mantendo há meses acima do nível compatível com o cumprimento da meta. Esse cenário, na avaliação dos membros, reforça a interpretação de que a inflação segue pressionada pela demanda.
A útlima alta da Selic foi de 0,25 pontos percentuais, saltando de 14,75% para 15% ao ano.
Inflação
Para o Copom, a desancoragem das expectativas de inflação é fator de desconforto que exige “restrição monetária maior e por mais tempo do que outrora seria apropriado”.
A curto prazo, o cenário de inflação segue adverso, “mas apresentou surpresas baixistas no período recente em relação ao que os analistas previam”. A ata ressalta que os preços de alimentos apresentaram “dinâmica um pouco mais fraca” do que a esperada.
Controle inflacionário
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Em maio, o IPCA recuou para 0,26%, mesmo com a pressão de alguns alimentos e da conta de energia.
Com o resultado, o indicador acumula alta de 5,32% em 12 meses, acima do teto da meta contínua de inflação.
Pelo novo sistema, em vigor desde janeiro, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%.
No modelo de meta contínua, a apuração passa a ser de mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12 meses.
Em junho de 2025, a inflação desde julho de 2024 é comparada com a meta e o intervalo de tolerância. Em julho, o procedimento se repete, com apuração a partir de agosto de 2024. Dessa forma, a verificação se desloca ao longo do tempo, não ficando mais restrita ao índice fechado de dezembro de cada ano.
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