Economia
Indústria de açúcar e etanol da Paraíba estima perdas de R$ 40 milhões com tarifas dos EUA
04/08/2025

O Sindialcool da Paraíba anunciou por meio de nota na última sexta-feira (1/08) que as perdas para produtores de açúcar e etanol devem gerar impactos de R$ 40 milhões na cadeia produtiva com tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os produtos brasileiros.
O impacto, segundo o sindicato, será maior para o açúcar, onde empresas e trabalhadores já foram contratados, já que o produto responde por cerca de 49% do total das exportações do estado.
Em 2024, Estados Unidos (US$ 20 milhões) e o Canadá (US$ 18 milhões), juntos, foram o destino de 47,3% de todo o valor exportado no segmento.
A nota pública sai em defesa do etanol brasileiro e de uma parceria estratégica e sustentável com os Estados Unidos. A organização também critica a natureza política do tarifaço do presidente dos EUA.
“O Brasil, que detém quase 50% das exportações mundiais, tem direito a apenas 155 mil toneladas e viu recentemente a eliminação da cota de açúcar orgânico — medidas que afetam diretamente regiões como a Paraíba”, diz o Sindialcool em nota.
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Segundo a organização, Brasil e Estados Unidos respondem juntos por cerca de 80% da produção mundial de etanol e devem compartilhar a responsabilidade de promoção global dos biocombustíveis como solução para a descarbonização do transporte, da aviação e do setor marítimo.
“No entanto, a assimetria atual nas políticas comerciais e ambientais entre os dois países impõe obstáculos à construção de uma aliança verdadeiramente estratégica”, continua a nota pública.
Cadeia produtiva do açúcar
Outra observação dos produtores paraibanos é em relação ao fechamento do mercado estadunidense ao açúcar importado.
Há uma cota global de 1,1 milhão de toneladas distribuída entre 42 países, e o Brasil, que detém quase 50% das exportações mundiais, tem direito a apenas 155 mil toneladas.
“Ressaltamos que a presente tarifação se trata de um acréscimo sobre a taxa de 83% sobre o açúcar brasileiro que os Estados Unidos mantiveram nos últimos 30 anos como defesa do mercado à produção local”, diz a nota do Sindialcool.
“Ainda assim, nós no Brasil estamos dispostos a ampliar o engajamento com os Estados Unidos, evitar julgamentos precipitados, administrar as diferenças com maturidade e explorar mecanismos consistentes de cooperação”, continua.
“É urgente fortalecer canais bilaterais de comunicação e consulta (…). Relações baseadas em unilateralismo e práticas de pressão comercial (bullying) devem ser substituídas por respeito mútuo, previsibilidade e construção de confiança”, completa.
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