Economia

‘Índice Big Mac’ revela moedas desvalorizadas e desafio econômico para os EUA


17/07/2025

As taxas de importação americanas continuam em ascensão sob a administração de Donald Trump, com novos impostos sobre mais de 20 países e a União Europeia entrando em vigor em 1º de agosto. Trump ameaçou ainda impor “tarifas secundárias” de 100% sobre países que fazem negócios com a Rússia, caso não haja um acordo de paz com a Ucrânia. A alíquota tarifária efetiva média dos EUA já subiu para 17%, de 2,5% no ano passado.

Trump busca corrigir o que vê como exploração de outros países, que vendem mais aos EUA do que compram, manipulando moedas para baratear exportações. Apesar do aspecto econômico evidentemente em questão, ele cita a “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro no Brasil como um dos “erros” a serem corrigidos.

Para avaliar esse cenário, a revista britânica The Economist utiliza o Índice Big Mac, que compara os preços do hambúrguer globalmente para indicar distorções em taxas de câmbio, baseando-se na teoria da “paridade de poder de compra”.

O Índice Big Mac mostra que poucas moedas estão tão desvalorizadas quanto o dólar taiwanês (56%), a rupia indiana (56%) e a indonésia (57%). Apesar da queda de 10% do dólar americano em relação a outras moedas desde janeiro, muitas permaneceram baratas. Países monitorados pelo Departamento do Tesouro dos EUA por possível manipulação cambial incluem Alemanha, Irlanda, Suíça, China, Japão, Cingapura, Coreia do Sul, Taiwan e Vietnã; a maioria das moedas asiáticas se tornou ainda mais barata desde janeiro.

Essa tendência é explicada pelo aumento do preço do Big Mac americano (de US$ 5,79 em janeiro para US$ 6,01 hoje), enquanto os preços dos hambúrgueres asiáticos permaneceram constantes, compensando a mudança cambial em termos de poder de compra. O dólar, ao invés de fortalecer-se como previsto, enfraqueceu, resultando em um “duplo golpe” para os americanos: impostos mais altos e uma moeda mais fraca ao comprar importações, com os preços ao consumidor subindo 2,7% no ano até junho.



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