Economia & Negócios

Inadimplência bate recorde mesmo com dinheiro extra do FGTS

DINHEIRO EXTRA


04/07/2017



A expectativa de que a liberação das contas inativas do FGTS daria fôlego para a economia tem sido parcialmente frustrada. Apesar do dinheiro extra no bolso dos brasileiros, a inadimplência continua em alta, e dados do varejo — setor que deveria se beneficiar da injeção de recursos — ainda não convencem. Para analistas, a incerteza em relação à atividade econômica e a recuperação frágil do mercado de trabalho estão por trás desse fenômeno.

Segundo o balanço mais recente da Caixa Econômica Federal, R$ 38,2 bilhões já foram sacados das contas inativas do Fundo. Até o fim deste mês, cerca de R$ 40 bilhões serão retirados. Pesquisas divulgadas nos últimos meses indicavam que a maioria dos brasileiros pretendia investir esse dinheiro no pagamento de dívidas em atraso, mas dados de diferentes instituições mostram que o nível de calote cresceu, na comparação com o ano passado.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada semana passada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), 24,3% das famílias tinham contas em atraso em junho. O percentual é maior que a fatia de 23,5% registrada um ano antes.

Números da Serasa confirmam a tendência. Segundo a instituição, 61 milhões de brasileiros estavam com o nome sujo em maio, 1,5 milhão a mais que no mesmo período do ano passado, quando 59,5 milhões de pessoas estavam na lista. Trata-se do maior número da série histórica, iniciada em 2012. Somente entre abril e maio, segundo a Serasa, cerca de um milhão de consumidores entraram na lista. Somadas, as dívidas em atraso alcançaram R$ 274 bilhões em maio, o que significa que, em média, cada pessoa deve R$ 4.059.

60,1 MILHÕES DE BRASILEIROS INADIMPLENTES

Já no levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), maio terminou com 60,1 milhões de brasileiros inadimplentes, também o mais alto patamar da série histórica iniciada em 2015. Na pesquisa do Banco Central (BC), que considera apenas operações de crédito com bancos e cooperativas de crédito, os atrasos acima de 90 dias equivaliam a 4,1% do total, uma elevação de 0,2 ponto percentual no ano.



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