O mercado imobiliário de João Pessoa está se tornando cada vez mais competitivo e valorizado. Em 2024, uma pesquisa do Índice FipeZAP apontou a cidade como a 3ª capital brasileira com maior valorização, com uma alta de 15,54%.

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Para compreender melhor essa conjuntura, o Portal WSCOM conversou com o economista Alexandre Nascimento, que apontou alguns fatores que motivam essa alta, como a demanda, relatividade de preços e infraestrutura.

Segundo o especialista, há uma crescente de busca por imóveis de alto padrão, conhecidos como “pé-na-areia” que são encontrados por valores competitivos na capital paraibana.

“Mesmo após a alta, o valor por m² segue abaixo da média das capitais nordestinas — cerca de R$ 6.890/m² em PJ, e R$9.148,00 em PF, comparado com R$ 9–12 mil nas mais valorizadas”, detalhou.

Alexandre também classificou o crescimento turístico e o crescente potencial urbano da cidade como fatores relevantes para a busca de investidores e novos moradores. De acordo com o FideZAP, esses são os bairros mais procurados na capital:

Top valorizados (maio 2025):

• Cabo Branco: R$ 11.340/m²
• Jardim Oceania: R$ 9.494/m²
• Altiplano: R$ 9.085/m²
• Castelo Branco: R$ 8.485/m²  

Mais acessíveis:

• Torre: ≈ R$ 5.071/m²
• Portal do Sol: ≈ R$ 5.041/m² FONtE: FINEZAP

Os três primeiros da lista dos mais valorizados, de acordo com o economista, possuem alguns fatores específicos que os tornam mais atrativos para o mercado. São eles:

• Cabo Branco: orla elaborada, infraestrutura turística, comércio robusto, eventos ao ar livre e alta visibilidade urbana;
• Jardim Oceania: proximidade mar, urbanização recente com amplitude de oferta moderna e residencial de médio-alto padrão, infra estrutura de restaurantes e investimentos do poder público.

• Altiplano: localização privilegiada, topografia elevada com vista permanente, verticalização, emergente polo de luxo e de serviços como shoppings, escolas e supermercados de alto padrão.

Por outro lado, algumas condições podem interferir na sustentabilidade dessa valorização crescente a longo prazo:

• A dinâmica está baseada na escassez de terra e expansão urbana litorânea, à medida que bairros tradicionais se saturam.
• A entrada de grandes empreendimentos sustenta a vista, padrão de construção e demanda.
• Riscos: variações macroeconômicas (Selic/inflacionárias), oferta futura desequilibrada e dependência no setor imobiliário-litoral.

Novas oportunidades

Como apontado por Alexandre, bairros como Torre e Portal do Sol estão se mostrando, cada vez mais, como oportunidades para serem os “betas de valorização” para investidores. No entanto, em entrevista ao Portal WSCOM, o corretor de imóveis Hugo Segundo alertou que a valorização da Torre tende a ser mais lenta.

“Torre ainda vai demorar a ter uma alta nos valores mais brusca devido ser um bairro muito comercial, os valores não ficam tão atrás de bairros mais próximos à praia, todavia não oferece a mesma qualidade de vida. Investidores optam por apartamentos de menor porte nas praias mesmo”, pontuou.

Há outras oportunidades que também estão chamando a atenção dos investidores e, de acordo com o economista, são essas:

• Brisamar, Manaíra e Aeroclube, Bessa: registraram altas de ~10–15% em 2024, são zonas densas, próximas ao centro e com boa infraestrutura .
• Castelo Branco: alta de 35% em 2024, saindo de faixa intermediária (~R$ 6.500) para destaque, acompanha movimento de “urbanização ascendente” .

Qual é o m² mais caro de João Pessoa?

É fato que os bairros litorâneos apresentam valores mais elevados quando procurados por compradores. Mas o m² ainda é do queridinho da cidade: Cabo Branco.

“O imóvel mais caro que tenho notícia é o PRIME VIEW da NH Holanda, com unidades que chegam a custar R$18 milhões de reais (cobertura) no Miramar e outros números relevantes são em Cabo Branco, cerca de R$ 40.000,00 m², os mais elevados na cidade”, disse Alexandre.

Mesmo que os preços chamem a atenção e variem bastante quando comparados a outros bairros da capital, o corretor Hugo Segundo argumenta que não há localização “desvalorizada” em João Pessoa.

“Não existem bairros desvalorizados em João Pessoa, penas bairros com perfis diferentes… Há aqueles que buscam sair do aluguel, outros fazem upgrade para bairros melhores e outros não mudam de bairros mais querem um imóvel maior ou mais novo”, declarou.