Tecnologia

IA pode roubar o seu emprego? Especialista analisa a nova inteligência do Google


04/06/2025

Foto: Pubherald

Paulo Nascimento



A novidade do Google trouxe à tona a discussão sobre a Inteligência artificial roubar alguns empregos com o avanço das automações dentro do meio corporativo. Lançado durante o evento da empresa, o Veo 3 é o novo modelo de IA que cria realismo em vídeos com apenas um texto base. 

A inovação está disponível apenas para assinantes (cerca de R$96,99 mensais). O Veo 3 faz parte da IA Gemini e pode ser utilizado no Flow, plataforma que cria vídeos complexos, com cenas bem elaboradas, cortes e jogos de câmera. Reflexo da evolução do VideoFX, lançado como experimento no ano passado.

Como o Veo 3 funciona

Em entrevista ao Portal WSCOM, o especialista em Inteligência Artificial Bruno Vicente contou que o Veo 3 é baseado em redes neutras que aprendem com dados, que imitam a forma como os humanos observam o mundo. Os vídeos que são gerados utilizam um modelo chamado “difusão”, cujo a IA inicia com uma imagem borrada, e pouco a pouco revela as cenas desejadas e interpretadas na descrição solicitada. 

“O interessante é que ele consegue juntar tudo: imagem, som, fala, movimentos e faz isso de forma muito natural, como se tivesse sido gravado de verdade”, explica Vicente. “Esse conjunto de capacidades é o que chamamos de aprendizado multimodal  e é o que torna o Veo 3 impressionante.”

Reações nas redes sociais

Com o seu lançamento, o Veo 3 teve um bom engajamento, os vídeos criados com IA já contam com milhões de visualizações, com cenas que retratam a história, religião e até entrevistas com famosos em talk shows e jornais. Comentários como “Isso é muito Black Mirror”, série de tecnologia extraordinárias, invadem as redes sociais.

Bruno Vicente alerta para o perigo das deepfakes, que são os vídeos feitos por inteligência artificial e carregam algum tipo de desinformação.  

“Dá pra simular entrevistas, discursos, até cenas inteiras. E isso pode ser usado para espalhar mentiras, manipular opiniões ou atacar alguém”

Para não cair em deepfakes, Vicente ressalta três pilares essenciais: educação digital, para o público conseguir reconhecer os vídeos e fotos falsas. O segundo pilar seria a tecnologia de verificação, como etiquetas nas redes sociais que alertam que aquele conteúdo foi gerado por IA. Por fim, Leis claras para essas novas tecnologias são defendidas por especialistas como o Bruno Vicente. 

IA vai roubar o seu emprego?

Para Vicente, algumas funções podem sim ser substituídas: “Cortes simples de vídeo, criação de roteiros básicos ou edição padrão de conteúdo são tarefas que a IA pode automatizar com eficiência.”

No entanto, ele complementa que a tecnologia não substitui o profissional em si, mas pode ampliar sua produtividade no trabalho

“A IA vem como uma ferramenta, não como condução total das atividades. Áreas criativas, estratégicas e que exigem sensibilidade humana ainda dependem muito das pessoas.”

Profissionais que souberem usar a IA como aliada, segundo ele, irão sair na frente.

Oportunidades

Por um lado, o risco é notório, por outro há grandes oportunidades nas áreas da comunicação, marketing, entretenimento entre outras que podem se beneficiar. 

“Ferramentas como o Veo 3 permite que uma única pessoa crie vídeos, animações ou aulas com qualidade profissional, algo que antes exigia equipes inteiras. Isso é uma chance real de democratizar a criação e dar voz a quem nunca teve”, destaca Vicente.

Para pequenos produtores, professores e artistas independentes, o custo reduzido e a agilidade podem ser decisivos para transformar ideias em projetos rentáveis, mas nunca serem substituídos por artes em IA. 

Siga o canal do WSCOM no Whatsapp

O professor e jornalista, Emilson Junior, confirma que a IA deve ser um paralelo na criação e não preponderante, como ocorreu a um tempo atrás com as artes do studio ghibli, onde o Chat GPT usava os traços da empresa na criação de imagens que eram designadas para e IA.

Regulamentação ou proibição?

Com todos esses desafios citados, a pressão por regulamentação é ainda maior, Bruno se diz contra o excesso de controle: 

“O foco não deve ser impor limites à tecnologia, mas punir quem a usa mal. A tecnologia deve ser livre. O problema não está na IA, mas no uso que se faz dela.”

Segundo ele, a legislação atual já prevê punições para quem espalha desinformação, calúnia ou falsidade. O importante é aplicar a lei, e não frear o avanço tecnológico.



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.