Paraíba

Hotel de Luxo inativo no Padre Zé surpreende vereadores; construção foi realizada na gestão do padre Egídio


07/12/2023

Hospital Padre Zé (Foto: Divulgação)

Portal WSCOM



Na última quarta-feira (6), uma comissão de vereadores da Câmara de João Pessoa realizou uma visita ao Hospital Padre Zé, que enfrenta grave crise financeira em decorrência de desvios de recursos realizados pelo antigo diretor da unidade, o padre Egídio de Carvalho, atualmente detido. Durante a inspeção, os vereadores constataram a existência de um hotel de luxo inaugurado há cerca de dois anos, e expressou a necessidade de investigar por que a estrutura ainda não foi utilizada para benefício do hospital, e até o momento permanece inativa.

O vereador Coronel Sobreira explicou, em entrevista ao programa Arapuan Verdade, da Arapuan FM, que a vistoria foi coordenada pelo presidente da Câmara, Dinho Dowsley, após uma visita do atual diretor do hospital, o padre George Batista, à Câmara. Sobreira observou que o hotel está em excelentes condições, com três andares, cada um contendo sete leitos, e expressou a necessidade de investigar por que a estrutura ainda não foi utilizada para beneficiar a entidade.

“É um hotel em ótimas condições. São três andares, cada andar com sete leitos, que infelizmente ainda não teve serventia para o hospital. Há quase dois anos ele foi inaugurado. As investigações vão ver o porque ele ainda não teve utilidade para o hospital”, revelou o vereador.

Durante a entrevista, o vereador destacou que há consenso entre os parlamentares de que o Hospital Padre Zé precisa de emendas para garantir seu funcionamento em 2024. Como resposta a essa necessidade, os vereadores estão determinando os valores a serem alocados para o hospital. Sobreira questões que já separou recursos para esse fim e que aguarda a definição total dos valores de emendas, ressaltando um projeto para aumentar em R$ 1 milhão, especificamente destinado a órgãos públicos de saúde, e não a entidades filantrópicas.

“Pudemos conhecer in loco as dificuldades do hospital. Certamente, eles (vereadores) vão colocar emendas ali. Particularmente já separei valores para destinar e estamos aguardando a definição de quanto teremos em emendas. Há um projeto para aumentar em R$ 1 milhão, mas esse valor só pode ser destinado a órgãos públicos de saúde, como o Trauminha, e não a entidades como o Padre Zé”, ressaltou o parlamentar.

A crise no Padre Zé

O escândalo no Hospital Padre Zé teve início com o desaparecimento de celulares e equipamentos eletrônicos doados pela Receita Federal para leilão. As denúncias subsequentes revelaram desvios de outros recursos, conduzindo a uma investigação, denominada Operação Indignus, que apontou o padre Egídio como líder do esquema criminoso. O ex-diretor contraiu empréstimos no valor de R$ 13 milhões em nome do hospital, mas o dinheiro não foi destinado à instituição de saúde. A Operação Indignus culminou com a prisão do padre Egídio, assim como de Amanda Duarte e Jannyne Dantas, todas apontadas como envolvidas no esquema.

Atualmente, o religioso permanece detida no Presídio Especial em João Pessoa, enquanto Amanda Duarte está em prisão domiciliar devido à amamentação de um bebê de quatro meses, e Jannyne Dantas está no presídio feminino Júlia Maranhão, na Capital. Os advogados do padre Egídio buscaram obter sua liberdade por meio de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas o pedido foi negado pelo ministro Teodoro da Silva Santos.



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