Os 36 gols marcados na última temporada não garantiram fama para Hernane no México. Artilheiro do Brasil, virou "o número 9" em entrevista coletiva de Mauro Boselli para comentar a partida diante do Flamengo, pela primeira rodada da Libertadores. Chamado pelo nome ou não, uma coisa o atacante rubro-negro conquistou pela performance em 2013: respeito. Campeão da competição pelo Estudiantes, em 2009, o atacante argentino é uma das principais figuras do time mexicano e apontou o Brocador como motivo de preocupação para o duelo de quarta-feira, no Nou Camp. Ou melhor, "o número 9".

Questionado sobre o Flamengo, Boselli fez elogios coletivos, subjetivos, e ressaltou os perigos da escola brasileira. O único jogador chamado pelo nome foi Léo Moura, mas Hernane também chamou a atenção do argentino, que garantiu ter assistido a reprise do Fla-Flu do último sábado.

– É uma equipe brasileira, com jogadores importantes, algumas peças-chaves, e temos que tratar de detê-los. O León sempre busca fazer o seu próprio jogo, mas é preciso ter precaução contra os brasileiros. É um time muito compacto. O lateral-direito Moura vai muito ao ataque e passa bem. No meio, há jogadores habilidosos, os zagueiros são altos e fortes e o número 9 é rápido e pode desequilibrar. Temos que estar preparados.

Boselli analisou ainda o clássico onde os rubro-negros saíram derrotados por 3 a 0 e tratou de frear considerações negativas a respeito dos cariocas. Com o Léon vindo de dois revezes dentro de casa e em má fase no Campeonato Mexicano, o argentino previu um duelo equilibrado e voltou a citar Léo Moura e Hernane como figuras importantes.

– Vimos essa partida do fim de semana. Creio que foi um resultado mentiroso. Perderam de 3 a 0, mas tiveram várias chegadas ao ataque. É um time que ataca muito bem pelas laterais e tem um atacante muito rápido, que desequilibra. Não vai ser um rival fácil. Temos que ter atenção os 90 minutos e buscar o resultado sem desespero. Ninguém aqui pensa em fazer outro 3 a 0.

Por fim, Mauro Boselli ressaltou a importância da Libertadores no cenário sul-americano. Acostumado com a competição, o argentino atualmente joga em um país que a divide em importância com a Concachampions (torneio entre clubes das Américas Central e do Norte). Para o atacante, é preciso deixar de lado a preocupação com a liga local, onde é 15º entre 18 equipes, e buscar uma nova realidade neste início de temporada.

– Há ansiedade por ser uma competição que temos em mente há muito tempo. Agora, está pertinho e queremos que comece logo. Já conversei com o professor e com os meninos para virarmos a página do torneio local. Temos que saber que agora é completamente diferente, uma competição nova e temos que começar com o pé direito. É preciso trocar rápido o chip. Vamos jogar contra equipes de outras culturas. Não é fácil, caímos em um grupo complicado, e temos que nos concentrar o dobro do que o normal.

Os mexicanos chegaram a disputar a fase prévia da Libertadores em 2013, mas caíram nos pênaltis diante do Deportivo Iquique, do Chile. Flamengo e León se enfrentam na quarta-feira, às 22h (de Brasília) – 18h, horário local -, no Estádio León, apelidado de Nou Camp, pela primeira rodada do Grupo 7. Emelec e Bolívar completam a chave, e jogam sexta-feira, no George Capwell, em Guayaquil.