Economia & Negócios

Governo vai desligar 4 térmicas e economia será de R$ 260 milhões

Socorro


08/05/2013



 O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmou nesta quarta-feira (8) o desligamento de quatro das usinas termelétricas que vêm operando desde outubro de 2012 por conta da queda no nível dos reservatórios de hidrelétricas.

De acordo com o ministro, a partir das 0h de sábado serão desligadas as térmicas de Pau Ferro, Termo Manaus (ambas em Pernambuco), Xavante (GO) e Potiguar. A economia gerada com a ausência dessas quatro usinas será de cerca de R$ 260 milhões ao mês.

Esses R$ 260 milhões se referem ao custo de operação dessas termelétricas, ou seja, o gasto com a compra de combustível para que elas funcionem. Para o bolso dos consumidores, a economia com o desligamento dessas quatro térmicas é estimada em até R$ 100 milhões por mês – cerca de um quinto do total gerado mensalmente pelas térmicas em operação atualmente.

“Poderíamos desligar mais algumas térmicas, mas não vamos fazer para ajudar a encher os reservatórios”, disse Lobão, após reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), em Brasília.

A decisão de dar início ao desligamento das termelétricas foi anunciada pelo ministro em entrevista exclusiva ao G1 na semana passada, mas confirmada apenas nesta quarta durante a reunião do CMSE. A avaliação do setor elétrico é que o nível atual dos reservatórios de hidrelétricas garante a segurança do fornecimento de energia no país para este ano e para 2014.

O ministro não descartou a possibilidade de o CMSE decidir pelo desligamento de novas termelétricas a partir do próximo mês. “É uma possibilidade [a retirada de novas usinas], mas não é uma sentença”, disse Lobão. De acordo com ele, isso vai depender de como estará o nível das represas daqui para frente e da previsão de chuvas para o verão.

De acordo com o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, as quatro termelétricas que deixam de operar no sábado têm, somadas, capacidade para gerar 334 megawatts (MW), o que representa 2,4% dos 14 mil MW que estão sendo gerados atualmente por termelétricas do país.

Chipp apontou que, apesar de as quatro usinas não serem representativas em termos de MW, elas têm grande impacto no custo de geração e de encargos (pagos pelos consumidores), já que estão entre as mais caras em funcionamento hoje no Brasil – todas elas são movidas a diesel.

Medidas de socorro

Para reduzir o impacto do uso das térmicas na conta de luz, no início de 2013 o governo adotou medidas como o socorro às distribuidoras de energia, que assumem o custo adicional das termelétricas no primeiro momento. Para isso, usou recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um fundo que financia programas do setor.
Além disso, resolveu parcelar, em 5 anos, o repasse dessa conta aos consumidores. E alterou o rateio dessas despesas: reduziu a parcela que recai sobre consumidores residenciais e empresas, e incluiu no custeio os comercializadores e geradores de energia.

Por conta do baixo nível dos reservatórios, desde outubro de 2012 o Brasil mantém todas as usinas termelétricas disponíveis funcionando. No dia 30 de abril, elas eram responsáveis por gerar 11.347 MW médios, 18,31% de toda a energia produzida no país. O governo aguardava a situação dos reservatórios ao fim do período chuvoso (fim de abril) para definir se as térmicas permanecem ligadas pelo restante do ano ou não.

O problema de manter as termelétricas ligadas por mais tempo é que o preço da energia sobe. Essas usinas usam combustível, como carvão, gás e óleo, e o custo acaba sendo pago pelos consumidores.



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