Paraíba

Governo do Estado aprova criação do Parque Estadual Trilhas dos Cinco Rios

Cinco Rios


05/09/2014

A criação da Unidade de Proteção Integral Parque Estadual Trilhas dos Cinco Rios, uma área de mata atlântica que une essas bacias no entorno do Centro de Convenções Ronaldo Cunha Lima, dentro do Polo Turístico do Cabo Branco, em João Pessoa, foi aprovada pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) em reunião pública realizada na tarde da quinta-feira (4), no Centro de Convenções.

O parque tem área de 514 hectares, onde correm os rios Jacarapé, Cuiá, Aratu, Mangabeira e Mussuré, além dos riachos Estivas e Sanhavá. A Unidade de Conservação será o segundo maior fragmento de Floresta Atlântica da cidade de João Pessoa, depois da Mata do Buraquinho.

Vai interligar duas importantes áreas naturais da cidade: as Unidades de Conservação de Aratu e Jacarapé. “Esses ambientes constituem relevantes reservas naturais, cuja função ambiental contribui a qualidade de vida dos pessoenses, promovendo o convívio saudável com a natureza, influindo positivamente no estado de ânimo dos usuários do parque”, destacou Thiago Silva, biólogo e coordenador de estudos ambientais da Sudema.

Foi ele que fez apresentação do projeto do parque durante a reunião. Depois seguiu-se um debate onde as pessoas puderam fazer questionamentos e apresentar sugestões. “Depois foi feita a leitura da minuta do decreto que cria o parque e, na consulta aos participantes, todos votaram pela criação do novo parque. O próximo passo agora é a assinatura do decreto, pelo governador do Estado, e publicação no Diário Oficial”, destacou o biólogo.

Do encontro participaram 70 pessoas, incluindo representantes da PBTUR, Ministério Público, instituições voltadas para o turismo e esporte, órgãos ambientais como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretaria de Meio Ambiente Municipal, Batalhão Ambiental da Polícia Militar, UFPB, Jardim Botânico/Sudema, Conselho de Proteção Ambiental e sociedade civil.

O diretor técnico da Sudema, Ieure Rolim, afirmou que a criação do parque tem a finalidade de proteger os remanescentes de mata atlântica. Segundo ele estudos indicam que o espaço terá melhor aproveitamento pela população, a exemplo dos adeptos do ciclismo. “Com a unificação das três áreas, porque já existe os parques de Jacarapé e Aratu, a cidade passa a ter uma área protegida de aproximadamente 800 hectares, onde será possível visitação, pesquisa científica e prática de atividades esportivas sustentáveis”.

O empresário Fabiano Lucena, que apresentou a proposta de criação do novo parque ao Governo do Estado, participou da reunião e declarou que, como representante da Federação Paraibana de Ciclismo, fica feliz pela ação do Governo em proteger mais uma área ambiental: “Esse é um marco na preservação do meio ambiente na Paraíba, como também uma vitória para os ciclistas e amantes da natureza. Os praticantes de esportes terão a garantia de que essa área que já é utilizada permaneça por tempo indeterminado sendo espaço para que as pessoas pratiquem ciclismo, caminhadas e outras atividades esportivas e de lazer que associem a preservação e a contemplação da natureza. Será possível viver o verde dentro da cidade de João Pessoa”, comemorou Fabiano.

A presidente da PBTUR, Ruth Avelino, acredita na importância turística da criação dessa unidade de conservação ambiental numa região onde serão construídos 19 hotéis que integrarão o Polo Turístico do Cabo Branco. “A criação desse parque vem agregar valor a todo esse complexo que será construído. Vai fortalecer a preservação ambiental e oferecer trilhas aos moradores da cidade e aos turistas, que nos ajudarão a conservar”.

A professora Lígia Tavares, representante da reitora da Universidade Federal da Paraíba, Margareth Diniz, lembrou a parceria da UFPB efetivada em forma de estudos e projetos. “Por exemplo, todo levantamento de fauna dessa área foi feito com apoio do especialista, então essa é a função da universidade: promover o conhecimento e a pesquisa científica que possa ser aproveitada por todos os outros setores da sociedade”.

Unidade de Conservação – É a denominação dada pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC – Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000) às áreas naturais passíveis de proteção por suas características especiais. São “espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção da lei” (art. 1º, I).



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