Paraíba
Germano Romero confirma candidatura à Academia de Letras, revela curriculum e espera repetir caso J. Veiga Junior
O arquiteto, escritor e intelectual anunciou, em texto enviado ao Portal WSCOM, que resolveu assumir candidatura à vaga de seu pai, Carlos Romero.
24/03/2019
Por Walter Santos/Portal WSCOM
EXCLUSIVO – O arquiteto, escritor e intelectual Germano Romero anunciou em texto enviado ao Portal WSCOM que resolveu assumir candidatura à vaga de seu pai, Carlos Romero, na Academia Paraibana de Letras por julgar preencher os critérios exigidos para integrar a APL. Ele lembrou a possibilidade de repetir caso anterior de filho que sucedeu o pai.
“Na sucessão do imortal J. Veiga Júnior, formou-se um grupo de acadêmicos que procurou o seu filho, jurista Gláucio Veiga, para propor que ele se candidatasse à vaga deixada pelo pai, como forma de homenageá-lo”, lembrou.
Eis, a seguir, o texto na integra:
Por que a Academia?
Germano Romero
Por julgar preencher os critérios exigidos para integrar a Academia Paraibana de Letras, que se definem por “singular contribuição às letras, às artes ou à ciência”, decidi me inscrever à eleição para a cadeira nº 27, desocupada recentemente por meu pai, Carlos Romero.
É importante frisar que na definição de “singularidade” reside o atributo daquilo que é único, distinto, incomum, significativo, especial. E que essa contribuição tenha o caráter exclusivo, de autoria própria, pessoal. Acredito que minha contribuição às letras paraibanas guarda esses atributos, pois está vastamente registrada na produção literária veiculada, por cerca de 20 anos, na imprensa paraibana, seja em jornais, revistas, portais, livro publicado, predominantemente na forma de narrativa estilística classificada na literatura como crônica.
No campo das artes, contribuo como arquiteto atuante, há 37 anos, tendo realizado inúmeros projetos de arquitetura que se inseriram com manifesta notoriedade no cenário urbano da cidade, com resultados estéticos publicamente reconhecidos pela comunidade paraibana. Além de ter sido diplomado como Bacharel em Música, sob a orientação acadêmica exclusiva, na classe de piano, do maestro e compositor José Alberto Kaplan, na Universidade Federal da Paraíba.
Assinei por vários anos uma coluna na Revista D&A – Design e Arquitetura (versão impressa e digital) intitulada “Arquitetura pelo mundo”, com trabalhos de abordagem estética, histórica, técnica e cultural elaborados a partir de pesquisas e experiências pessoais em muitas viagens internacionais.
Também criei e produzi, em vídeo, vários programas e documentários turísticos e culturais, realizados em diversos países do exterior, que foram veiculados pelas TVs locais, durante vários anos, com grande repercussão no meio jornalístico e na população em geral, aplaudidos com manifestações registradas em diversos meios de comunicação, inclusive de profissionais e jornalistas ligados à arte cinematográfica.
Minha formação cultural tem particular origem genética, na pessoa de meu avô materno, arquiteto Clodoaldo Gouveia, cuja obra foi responsável pela introdução de excepcionais exemplos de arquitetura moderna na Paraíba, na década de 40. Assim como de meu avô paterno, José Augusto Romero, escritor, colaborador de jornais e autor do livro Lições da Vida Maior, com crônicas inspiradas no Evangelho e na Doutrina Espírita, tendo sido presidente da Federação Espírita Paraibana por 44 anos consecutivos.
Com meu pai, Carlos Romero, protagonizamos um caso inédito nas letras paraibanas, de pai e filho que escreveram simultaneamente, por quase 20 anos, em jornais e revistas paraibanos, assinando colunas semanais, a exemplo de A União, Correio da Paraíba, Contraponto e na revista Tribuna Espírita. Além de termos lançado livros de crônicas juntos, na mesma noite de autógrafos, e recebido comendas de reconhecimento pela contribuição cultural dada à cidade, igualmente na mesma solenidade, que teve lugar na Câmara Municipal de João Pessoa.
Além do conjunto de contribuição singular às letras e às artes paraibanas, resumidos acima, existe grande afinidade na essência da linguagem e da mensagem que caracterizam a mesma forma de escrita registrada nas crônicas publicadas ao longo de todos esses anos, por mim e por meu pai, Carlos Romero. Esse perfil intelectual comum, assim como o lado afetivo que nos uniu em uma amizade profunda e especial, frequentemente mencionada em manifestações públicas de amigos e leitores, também me estimularam a concorrer à cadeira deixada por ele na Academia Paraibana de Letras. Esse era um desejo que ele confessava na intimidade, ao qual eu procurava não estimular porque implicava em nossa separação.
Caso se concretize a sucessão a que me proponho, será o segundo caso na história da Academia Paraibana de Letras de um filho que passou a ocupar a cadeira do pai. Na sucessão do imortal J. Veiga Júnior, formou-se um grupo de acadêmicos que procurou o seu filho, jurista Gláucio Veiga, para propor que ele se candidatasse à vaga deixada pelo pai, como forma de homenageá-lo, elegendo-o posteriormente por unanimidade.
Evidentemente que a questão hereditária entre mim e Carlos Romero é mera coincidência, considerando a nossa singular contribuição às letras e às artes paraibanas. Mas, é inegável que uma justa e merecida homenagem se prestaria ao saudoso imortal, caso os ilustres acadêmicos vislumbrem, além dos méritos que pude colecionar ao longo da vida, a possibilidade de me eleger para ocupar a sua cadeira. Afinal, era igualmente notória a afeição que meu pai desfrutava com todos os seus confrades, numa convivência extremamente respeitosa e fraternal, muitas vezes em minha companhia.
Se Deus quiser, tudo isso terá o merecido peso na decisão criteriosa dos membros de uma das mais veneráveis instituições paraibanas.
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