Futebol

Gareca não consegue impor estilo do Barcelona e ataque em bloco que sonhou

Ataque


12/08/2014



 Entre seu anúncio como técnico do Palmeiras e sua estreia, Ricardo Gareca teve 57 dias que aproveitou para observar e trabalhar o time com o sonho de impor um toque de bola similar ao da Espanha e do Barcelona que encantaram o mundo nos últimos anos e uma presença maciça no campo de defesa do adversário para encurralá-lo. Hoje, acumula frustrações e a proximidade da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

Sereno em suas entrevistas coletivas, o argentino preferiu não falar com a imprensa após perder do Atlético-MG, no domingo, e também fugiu dos microfones ao não viajar com a delegação na volta a São Paulo para passar a folga de segunda-feira em Buenos Aires. Pode estar repensando seus conceitos.

Com base nos quatro jogos em que observou a equipe sob o comando de Alberto Valentim e, principalmente, nas suas convicções, o treinador imaginou que poderia armar um Verdão ofensivo e envolvente. Desde os treinos durante a Copa do Mundo, vinha cobrando essa postura de seus atletas mesmo em meio à falta de resultados. Após o empate com o Bahia, por exemplo, disse à imprensa que viu evolução, mas pediu presença maior do Palmeiras na frente.

"Ele queria que tivéssemos mais posse de bola para atacar mais, encurralar. Para melhorar na finalização e, também, na marcação. Não é só o pessoal da frente que vai resolver, tem que chegar com mais gente na área. Se vier bola rebatida, tem mais jogadores para rebater. Ele quer bastante posse de bola no ataque e com paciência, tocando de um lado a outro", contou o volante Renato.

Gareca tem usado vídeos para mostrar que só Henrique ou Leandro na área é insuficiente sozinho na área para receber cruzamentos. Ainda cobrou que, quando o time estiver em vantagem, é melhor abrir mão de uma jogada de bola parada e tocar a bola com rapidez para tê-la nos pés em vez de rifá-la. Boas ideias, mas ainda sem resultados.

Até agora, Ricardo Gareca não abriu mão nem do sistema que julga ser ideal, alternando o 4-2-3-1 com o 4-4-2. Por enquanto, só desistiu do que julgava serem dois volantes mais dinâmicos, sacando Josimar para ter mais segurança com Renato na cabeça de área, até porque é difícil prender Wesley atrás do meio-campo. As condições podem mudar.

No Verdão, o argentino só venceu o Avaí, pela Copa do Brasil, e a Fiorentina, em partida festiva. Somou apenas um ponto em cinco jogos no Brasileiro, e o time já está há oito rodadas sem vencer no torneio. A distância para a zona de rebaixamento é de um ponto. Entrar na faixa da degola por uma derrota para o São Paulo no domingo pode ser um risco que Gareca não está disposto a correr. Por isso, seu sonho pode mudar.



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