Política

Frei Anastácio elogia ministro da Justiça pela abertura de inquérito para apurar situação de indígenas Yanomami


22/01/2023

Portal WSCOM

O deputado federal Frei Anastácio (PT/PB) elogiou a determinação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, de abrir inquérito para apurar as responsabilidades pela situação em que se encontra o povo Yanomami. “Todos sabemos que o governo Bolsonaro é o responsável pelo abandono dos indígenas. É necessário que tudo seja apurado, com rigor, para que esse absurdo não fique impune”, disse o deputado.

Frei Anastácio elencou que uma das provas que mostram a culpa do governo que saiu foi o desprezo aos 21 ofícios de entidades indígenas e ONGs, enviados pedindo socorro para a situação dos Yanomamis, e que não tiveram resposta. “Isso é, sem dúvidas, uma atitude desumana e que compromete totalmente o governo derrotado”, afirmou.

O parlamentar relatou que, desde a campanha de 2018, Bolsonaro já demonstrava ódio pelos indígenas em vários pronunciamentos que foram divulgados pela mídia. “Além de ódio, Bolsonaro deixou correr livre a invasão de terras indígenas, o garimpo ilegal, a ação de madeireiros criminosos, a grilagem e o desmatamento. Tudo isso tem que ser levado em conta no inquérito que será aberto pela Polícia Federal”, destacou.

O deputado também enalteceu a atitude de Lula em ir até a terra Yanomami, para ver a situação de perto e adotar medidas urgentes para socorrer os indígenas. “As cenas mostradas para o mundo de indígenas esqueléticos, nos remetem às lembranças do holocausto. Afinal, foram quatro anos de desprezo e ódio impostos aos indígenas pelo governo derrotado. Isso não pode ficar impune”, afirmou.

Terra Yanomami 

A terra indígena Yanomami é a maior do país, em extensão territorial, e sofre com a invasão de garimpeiros. A contaminação da terra e da água pelo mercúrio utilizado no garimpo impactam na disponibilidade de alimento nas comunidades.

A situação de contaminação e fome já levou à morte 570 crianças nos últimos anos, sendo que 505 tinham menos de 1 ano. Além disso, em 2022 foram confirmados 11.530 casos de malária na região do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami. As faixas etárias mais afetadas estão entre os maiores de 50 anos, seguidas pelas faixas de 18 a 49 anos e de 5 a 11 anos.

Em entrevista à imprensa, Lula se comprometeu a combater as ilegalidades nas terras indígenas e criticou o governo anterior pela desatenção aos povos da região.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara também cobrou responsabilização. “Nós viemos aqui nessa comitiva para constatar essa situação e também tomar todas as medidas cabíveis para a gente resolver esse problema. Precisamos responsabilizar a gestão anterior por ter permitido que essa situação se agravasse ao ponto de chegar aqui e a gente encontrar adultos com peso de criança e crianças numa situação de pele e osso”, disse em entrevista à imprensa.

Além de Dino e Guajajara, integraram a comitiva os ministros da Saúde, Nísia Trindade; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias; dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida; Secretaria-Geral da Presidência, Marcio Macêdo; e do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias, além da primeira-dama Janja Silva, entre outras autoridades.



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