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Filhas de torturadores da ditadura militar recebem pensões de até R$ 35,5 mil

Segundo a Comissão Nacional da Verdade, militares teriam incorrido em torturas e mortes dentro das dependências de instalações das Forças Armadas.


15/04/2023

Brasil 247



 

 

A filha do marechal Antônio Bandeira, apontado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) como um dos responsáveis na “cadeia de comando do órgão envolvido no desaparecimento e na morte” do camponês Epaminondas Gomes de Oliveira, militante do Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT), recebe um vencimento mensal bruto do Estado Brasileiro de R$ 35.524,40 por conta da morte do pai.

Segundo o Metrópoles, um relatório da CNV destaca que o camponês maranhense faleceu em Brasília, em 1971, após torturas sofridas no Pelotão de Investigações Criminais (PIC). Os restos mortais foram devolvidos à família somente em 2014.

Ainda conforme a reportagem, “fora dos quartéis, Antônio Bandeira desempenhou um papel fundamental no Departamento da Polícia Federal (DPF). No comando da instituição, o militar ordenou a abertura de inquérito contra o advogado criminalista Henrique Cintra Ferreira de Ornellas por ‘ligação à subversão'”. Ornellas faleceu na prisão do Comando Militar do 8ª Grupo de Artilharia Antiaérea, Brasília, em 1973.

“Além de Bandeira, outros envolvidos são indicados como autores da morte, como o general Olavo Vianna, comandante da 11ª Região Militar do Comando Militar do Planalto. Sua herdeira recebe uma pensão militar desde janeiro de 1997. Fora a remuneração bruta mensal de R$ 33.952, a mulher ganhou uma bonificação natalina de R$ 17.818 em novembro de 2022”, ressalta o Metrópoles.

Um outro militar responsabilizado por 42 crimes durante a ditadura,  o general Hugo Abreu, também deixou uma pensão de R$ 36 mil para as filhas.



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