Justiça
Fernando Cunha Lima é transferido de Pernambuco para presídio em João Pessoa após decisão judicial
15/05/2025

Da Redação / Portal WSCOM
O médico Fernando Cunha Lima, acusado de abusar sexualmente de crianças durante consultas médicas, foi transferido nesta quarta-feira (14) para a Penitenciária Especial do Valentina de Figueiredo, em João Pessoa. A transferência de Fernando Cunha Lima ocorreu após decisões judiciais emitidas pelas Justiças da Paraíba e de Pernambuco.
O pediatra de 81 anos estava detido desde 7 de março no Centro de Observação Criminológica e Triagem (COTEL), em Abreu e Lima, Pernambuco. Ele havia sido localizado na cidade de Paulista, no mesmo estado. A transferência foi autorizada depois de reiteradas cobranças da 4ª Vara Criminal da Capital e da juíza Virgínia Gaudêncio de Novais, que determinou a expedição de ofícios às autoridades penitenciárias de Pernambuco e da Paraíba.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba (Seap-PB), o transporte do preso só foi possível após as autorizações judiciais dos dois estados. A Justiça paraibana já havia solicitado desde março a transferência imediata para um presídio da capital, mas o processo enfrentou atrasos por falta de providências da 1ª Vara de Execuções Penais de Pernambuco, como registrado em despacho oficial.
Prisão
Fernando Cunha Lima foi preso por decisão da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba, que acatou denúncia do Ministério Público estadual. A prisão preventiva foi fundamentada por risco de reincidência e para garantir a ordem pública. O relator do processo, desembargador Ricardo Vital de Almeida, apontou que o médico utilizava a confiança dos pacientes e familiares para cometer os crimes.
De acordo com as investigações, ao menos quatro vítimas formalizaram denúncias, incluindo duas sobrinhas do médico e duas mães de pacientes. O advogado Bruno Girão, que representa as vítimas, afirmou que outras 20 pessoas relataram abusos, mas não formalizaram queixas. A primeira denúncia refere-se a um estupro cometido durante uma consulta em 25 de julho de 2024, envolvendo uma criança de 9 anos.
O Ministério Público da Paraíba indeferiu pedido da defesa do médico para substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar ou execução da pena em Recife. Os promotores Bruno Leonardo Lins e Judith Maria de Almeida solicitaram ainda a intimação das partes para apresentação das alegações finais, uma vez que a instrução do processo foi concluída em novembro de 2024.
Durante a prisão, Fernando Cunha Lima negou as acusações e minimizou a quantidade de denúncias. “Não tem nenhuma vítima, eu tenho 55 anos de pediatria, eu tenho 20 mil clientes, porque só 3 ou 2 eu fiz alguma coisa?”, afirmou.
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