Entretenimento

Fernanda Abreu defende pluralidade no Rock in Rio

'SÓ ROCK É CRUEL'


11/09/2017



A expressão "antiga conhecida" é bem desgastada, mas fica difícil pensar em outra forma de se referir à cantora Fernanda Abreu quando se trata de sua relação com o Rock in Rio. (Veja acima uma entrevista da cantora ao G1).

Na primeira edição do festival, em 1985, ela já estava lá, como integrante da Blitz. Depois, veio o show solo no Palco Mundo em 2001 – entre os shows de Cássia Eller e Barão Vermelho. Some duas participações no Palco Sunset, onde ela mais uma vez estará na sexta-feira (15).

"Essa passagem do tempo é mesmo muito louca, não?", pergunta ela. "Lembro de todos os detalhes da apresentação da Blitz, na primeira edição. Quando paro para pensar em Rock in Rio, um dos momentos mais marcantes para mim foi quando o Evando (Mesquita) chutou aquela imensa bola de ar em direção à plateia e todos enlouqueceram".

"Houve outros momentos inesquecíveis depois: a Márcia (Bulcão, outra vocalista da Blitz) deitada sobre o piano do Prince no Rock in Rio de 1991, no Maracanã, e toda aquela beleza do show do Stevie Wonder na edição de 2011. Tudo isso me marcou demais", recorda Fernanda.

Dance in Rio
Da mesma forma como é fácil associar a presença de Fernanda ao Rock in Rio, é quase impossível dissociar sua carreira da dança.

Estudante de balé desde a infância, ela ainda tem aulas todas as semanas – a conexão com a dança sempre ficou clara em seus trabalhos, sobretudo a partir do início da carreira solo, inaugurada com o lançamento do álbum "SLA radical dance disco club", em 1990. Foi quando popularizou uma forma de fundir música brasileira a ritmos urbanos, como o funk e a dance music.

Esse vínculo com o universo da dança ficará mais evidente na apresentação deste ano, quando ela subirá ao palco ao lado do Dream Team do Passinho e da Focus Cia de Dança. A intenção, é claro, é colocar todo o público para dançar.

"Faço balé desde os nove anos. E tenho toda uma ligação com formas de dança desenvolvidas nas ruas. A dança é tão parte da minha vida quanto a música, é uma ligação permanente. Vou aproveitar que estarei em excelente companhia para levar essa união para o palco".

Desde sua saída da Blitz, Fernanda pouco flertou com qualquer coisa que possa, ainda que de forma remota, ser classificada como rock. Ela se aproximou de ritmos como o dance e o funk e, em menor medida, a disco music.

O que dizer, então, para quem costumam ver de forma negativa o ecletismo que sempre caracterizou o evento? "Basta olhar para o Rock in Rio desde a primeira edição para entender que o festival abraça todos os estilos", responde Fernanda.

"Eu entendo os roqueiros, de verdade. Afinal de contas, a expressão 'Rock' está no próprio nome do evento. No entanto, o Brasil é um País com uma variedade musical gigantesca e sericruel fazer um encontro desse tamanho dedicado a apenas um estilo", conclui.



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