Economia

Fazenda avalia excluir R$ 9,5 bilhões para exportadores do cálculo fiscal

Ministério da Fazenda estuda excluir recursos do pacote de auxílio aos exportadores, afetados por tarifas dos EUA, do cálculo da meta fiscal de 2025.


13/08/2025

(Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)

Portal WSCOM / Brasil 247



Após o governo federal anunciar o pacote de auxílio aos exportadores prejudicados com o aumento de tarifa dos Estados Unidos, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, declarou que a medida pode ficar fora do cálculo da meta fiscal de 2025. A afirmação foi feita nesta terça-feira (13) e, de acordo com o portal G1, os valores não seriam considerados na avaliação do cumprimento de objetivos já estabelecidos pelo governo.

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Segundo Durigan, a proposta inclui R$ 4,5 bilhões em aportes adicionais a fundos garantidores de crédito — voltados a viabilizar empréstimos mais baratos — e R$ 5 bilhões em créditos tributários pelo Reintegra, que permitem abater valores de impostos devidos. Com isso, o total de recursos que poderia ser desconsiderado no cálculo das metas fiscais chega a R$ 9,5 bilhões até o final do próximo ano.

“Há possibilidade de excluir esses valores da meta de 2025. Créditos para FGE [Fundo de Garantia à Exportação] e demais fortalecimentos. O governo trabalha com o Congresso em um projeto de lei complementar para que, quando editado o crédito extraordinário prevendo os aportes nos fundos, tenha esse ‘waiver’ (dispensa das regras fiscais) do Reintegra. Com um limite muito claro”, declarou o secretário. Para valer, a mudança precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.

Para 2024, a meta é zerar o déficit das contas públicas. O arcabouço fiscal permite um resultado negativo de até 0,25% do PIB — cerca de R$ 31 bilhões — sem caracterizar descumprimento. Já estão excluídos do cálculo deste ano R$ 44,1 bilhões em precatórios.

Em 2026, a meta será de superávit primário de 0,25% do PIB, o que equivale a aproximadamente R$ 31 bilhões. Nesse caso, o governo poderá registrar desde saldo zero até superávit de R$ 62 bilhões sem romper as regras, também com exclusões previstas para alguns precatórios e, possivelmente, para o pacote de ajuda aos exportadores.

A possibilidade de retirada desses gastos do cálculo fiscal já havia sido adiantada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, durante entrevista no programa de Ana Maria Braga, na TV Globo.



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