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Familiares e amigos se despedem do ex-banqueiro Jorge Baptista da Silva

Banorte


01/10/2014



{arquivo}A avenida Rui Barbosa, já movimentada normalmente, conta com um fluxo a mais de carros para prestar as últimas homenagens ao ex-banqueiro Jorge Baptista da Silva, que faleceu nesta terça-feira (30). O velório, realizado na residência onde o empresário nasceu e viveu, segue até a saída do corpo para ser sepultado no mausoléu que a família possui no cemitério de Santo Amaro, às 11h.

Entre as homenagens de despedidas do ex-presidente do banco Banorte, o sócio-diretor na FINACAP – empresa de consultoria financeira e mercado de capitais -, Aristides Bezerra volta ao tempo de estudante. "Quando me formei, a grande instituição financeira do Estado era o Banorte e foi lá que vi minha oportunidade. Sr. Jorge representou muito em minha vida, pois hoje sou o que sou graças a ele", comentou Bezerra, que trabalhou na instituição bancária entre 23 e 42 anos de idade.

Também ex-funcionário do banco Banorte, o diretor-executivo da Folha de Pernambuco, Paulo Pugliesi, enfatizou que Jorge Baptista da Silva foi um empresário visionário. "Ele fez do Banorte um fenômeno, em plena década de 1960. Isso trouxe desenvolvimento ao Estado, e a toda região Nordeste, apesar da atuação nacional do banco", afirmou Pugliesi, que trabalhou na empresa por 11 anos.

É notória a importância de Jorge Baptista da Silva para o mercado financeiro. Em meados da década de 1960, o banco ganhou notoriedade pelas tecnologias adotadas, em uma época em que computador era assunto desconhecido. O consultor financeiro Roberto Ferreira enfatiza o pioneirismo do ex-empresário. "Ele implantou no Nordeste um banco que revolucionou o mercado. O Banorte era a única instituição em que o cliente poderia descontar um cheque em qualquer agência. Hoje, apesar de tanta modernidade, nem sempre isso é possível", salientou.

O ex-governador de Pernambuco Gustavo Krause relembrou seus momentos de infância. “Eu morei na Torre e escutava os três apitos do Contonício da Torre. Jorge Baptista era um progressista e pioneiro em uma série de coisas. Ele foi uma pessoa que marcou a história econômica do Estado e do País”, falou.

HISTÓRIA

Pernambucano, Jorge era filho de Manoel Mendes Batista da Silva, que fundou o Banorte em 1942, após a antiga Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), hoje Banco Central, proibir que empresas financiassem atividades produtivas. Na ocasião, o grupo financiava a produção de cana e recebia o açúcar como pagamento. O produto era vendido no mercado internacional. Diante da proibição, Manoel Mendes decidiu então fundar seu próprio banco, o Banorte.

Com a morte do pai, em 1962, Jorge assumiu a direção do banco e do Cotonifício da Torre, também de propriedade da família. Conduziu a instituição até o dia 25 de maio de 1996, quando o Banorte sofreu intervenção do Banco Central, sendo posteriormente vendido ao banco Bandeirantes. O ex-banqueiro era casado com Rosa de Oliveira, com quem teve quatro filhas.



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