{arquivo}EXCLUSIVO – Trinta anos depois de ter iniciado uma brincadeira durante o aniversário do filho de um amigo que se tornou o maior bloco de arrasto de prévias carnavalescas do mundo, o cantor e compositor Flávio Eduardo, o Mestre Fuba, vai se despedir do Muriçocas do Miramar em 2016. Isso mesmo, a partir de 2017 Fuba não estará mais a frente da organização, nem sendo o principal puxador do bloco, que além de arrastar centenas de milhares de pessoas, instituiu uma nova data no calendário brasileiro: a quarta-feira de fogo.

Em entrevista exclusiva ao ao multimidia Walter Santos , Fuba fala em passar o bastão para novas gerações, revela seu sucessor na organização e na função de abrir a festa todos os anos, e anuncia projetos futuros ligados a cultura e a política.

Fuba destacou que dedicou mais da metade da sua vida ao Carnaval de João Pessoa e acredita que já deu sua contribuição. “É hora de passar o bastão”, diz ele ressaltando que não vai abandonar o bloco, seguirá como uma espécie de conselheiro.

Seu sucessor será o violeiro, poeta  e produtor cultural, Zé Neto.

Fuba garantiu que Zé Neto é a pessoa mais indicada, por que cresceu dentro do bloco e é um grande músico e compositor. Além de Zé Neto, que vai ser o puxador oficial e o produtor executivo, Marília Maia e Malu Serpa, também seguirão a frente do bloco. Eles vem sendo treinados há pelo menos dois anos por Fuba para assumir a missão.

{arquivo}Sobre seu futuro, sem o Muriçocas, Fuba revela que vai se dedicar a outros projetos seus, como o Arremedo Musical, onde pretende lançar 10 CD's, com ritmos diferentes. Ele lançou ano passado o primeiro só com sambas.

Ele revelou ainda que tem mais de 400 músicas compostas. “Preciso tirar isso do bau para que as pessoas conheçam meu trabalho. Vou continuar compondo, escrever um livro de poesias, dá continuidade ao folheto de cordel, escrever um livro sobre as Muriçocas e continuar como político, trabalhando por João Pessoa”.

Fuba também fez uma espécie de desabafo destacando que o Muriçocas do Miramar, apesar de ser um movimento tombado como Patrimônio Imaterial, nunca recebeu a atenção devida do Poder Público e não foi trabalhado ainda como um produto turístico. Segundo ele, todos os anos as dificuldades são grandes para colocar o bloco na rua.

Ele lembrou que uma pesquisa feita pelo Sebrae há cerca de 5 anos, revelou que nos dez dias do Folia de Rua, há um movimento de R$ 72 milhões na economia da cidade de João Pessoa

“É preciso dar continuidade com vigor das novas gerações, chegou a hora de passar o bastão, já fiz tudo, cantei a cidade, tenho certeza que será bem entregue”, finalizou.