Política
Ex-secretário denuncia que descumprimento de metas pela PMCG pode tornar o Aluízio Campos um “conjunto habitacional isolado”
Ex-secretário da PMCG teme que obra seja entregue sem que sejam observados fatores fundamentais para garantir a dignidade dos moradores e moradoras.
10/11/2019
Por Redação
Portal WSCOM
Uma declaração bombástica neste domingo (10), véspera da inauguração do complexo habitacional Aluízio Campos, em Campina Grande, põe em dúvida a atuação da Prefeitura Municipal campinense dentro da gestão das obras de um dos maiores conglomerados de moradia da América Latina.
O atual presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) em Campina Grande, Márcio Caniello, que era secretário de Planejamento no município, em 2013, e coordenou a elaboração do projeto do Complexo Aluízio Campos (Masterplan), denuncia que o descumprimento de metas assumidas pela Prefeitura Municipal para o complexo podem transformar a área em “um conjunto habitacional isolado, sem nenhuma vitalidade urbana”.
“Das 130 empresas que assinaram o protocolo de intenções, em 2014, para se instalarem no complexo industrial, só duas foram efetivamente implantadas, o que perverte totalmente o objetivo da integração moradia/trabalho, um dos pontos mais importantes do projeto. Além disso, nada foi feito quanto ao ‘hub’ logístico, ao parque ecológico, à ‘tecnópolis’ e à usina para tratamento e reuso de águas servidas”, destacou.
O ex-secretário lembra que apenas 5% dos custos do empreendimento ficaram sob a responsabilidade da prefeitura municipal e que o governo federal aportou cerca de 350 milhões de reais para o projeto, o que representa 95% do total investido. Ele teme que o conjunto habitacional esteja sendo entregue sem que sejam observados fatores fundamentais para garantir a dignidade dos moradores e moradoras.
“Vários problemas ainda precisam ser equacionados, como a segurança pública, o funcionamento dos equipamentos comunitários, a implantação de pontos comerciais e também questões relativas à mobilidade urbana e aos transportes públicos, já que o complexo fica na transição entre a zona urbana e rural do município”, disse.
“É preciso tomar as providências para que as pessoas que forem ali morar vivam dignamente, pois este é o objetivo do Minha Casa Minha Vida, que financiou a construção de 9 mil unidades habitacionais para a população de baixa renda em Campina Grande”, complementou Caniello.
“Minha Casa, Minha Vida” em CG
O complexo Aluízio Campos é uma obra voltada para trabalhadores de baixa renda, que se enquadram na primeira e segunda faixas do programa “Minha Casa Minha Vida”. As categorias tiveram redução orçamentária para a construção de moradias em 2019 e segundo o atual Governo Federal podem deixar de existir em 2020, desamparando milhares de famílias em todo o país.
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