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Ex-rival de Spider supera demissão e engata sequência no UFC

UFC


18/10/2014

Thales Leites teve uma ascensão meteórica no UFC. Com a mesma velocidade que subiu na competição, chegou a disputar o cinturão dos médios contra o já campeão, mas ainda “desconhecido” Anderson Silva, caiu e acabou demitido da organização. Após rodar por três anos em eventos menores de MMA, o lutador carioca, natural de Niterói, foi recontratado por Dana White, já engatou quatro vitórias seguidas e volta a sonhar com o topo do maior torneio do mundo da modalidade.

Thales começou cedo no mundo das lutas e, aos 22 anos, ainda no Rio de Janeiro, já fazia sua primeira luta de MMA profissional. O combate era válido pelo Shooto Brasil e, no segundo round, já mostrou qual seria sua marca registrada na carreira: habilidade no jiu-jítsu. Com um triângulo de braço, ele finalizou o adversário e começou a crescer. Depois dessa vitória, vieram mais oito duelos, todos com vitória, sendo cinco finalizações, dois nocautes técnicos e uma por decisão. Seu desempenho chamou a atenção do UFC, que decidiu contratá-lo em 2006.

Rumo ao topo

Em 2006, com apenas 25 anos, Thales já se via no card preliminar do The Ultimate Fighter Finale 4, realizado em Las Vegas, que ainda teria a vitória de Matt Serra contra Chris Lytle. A luta, contra o dinamarquês Martin Kampmann, não foi nada fácil, e ele acabou derrotado por decisão unânime dos juízes.

“Foi uma estreia duríssima. Cheguei com nove vitórias seguidas e dominei completamente o primeiro round. Porém, ele já estava acostumado no evento, veio virando o jogo e ganhou as outras duas parciais”, disse em entrevista ao Terra.

O primeiro tropeço na carreira fez Thales perceber que precisava melhorar para chegar ao topo. “Percebi que tinha que ser mais profissional. Comecei a treinar com mais intensidade, inclusive preparação física. Naquela época a Nova União já estava melhorando e crescemos todos juntos”, disse o carioca, que até hoje luta pela equipe liderada por Dedé Pederneiras.

Depois do primeiro revés, Thales precisou de dois anos e cinco vitórias para chegar a posição de desafiante ao cinturão. Nesse período ele encarou cinco americanos, vencendo dois por decisão e três por finalização.

Grande chance e polêmica

Em 2009, em Montreal, no Canadá, Thales Leites teve a grande oportunidade que esperava. Após cinco vitórias seguidas, Dana White decidiu colocá-lo frente a frente com Anderson Silva, que, apesar de já ser o campeão dos médios por três anos, ainda não era o “heroi nacional” que é hoje. Mesmo porque, naquela época, o esporte ainda não era tão conhecido no Brasil.

A luta não teve muita emoção e terminou com vitória por decisão unânime para Anderson Silva. Sem conseguir encaixar sua estratégia de jogo, Thales foi presa fácil para Spider e admitiu que não estava pronto para levar o cinturão.

“A experiência foi muito boa, mas não aproveitei da melhor maneira. Eu, como desafiante, tinha que mostrar porque estava ali, mas fiz uma luta muito morna, evitando ser nocauteado. Ele acertou a distância e me dominou. Chegou uma hora que me frustrei. Já tinha perdido os três rounds e não conseguia encurtar e derrubar, que era o plano de jogo. Por mais que o Dedé (Pederneiras) falasse, eu não conseguia executar. Na época eu não tinha uma cabeça para ser campeão, faltava um pouco de maturidade para conduzir melhor a situação”, contou.

Apesar de não conseguir o título, Thales saiu do combate com um ponto positivo: ele se tornava o primeiro desafiante ao cinturão a aguentar cinco rounds completos sem ser nocauteado por Anderson Silva. Porém, anos mais tarde, Spider declarou que havia segurado a luta pela amizade que tinha com Thales, o que irritou o carioca, que desmentiu: “que eu saiba ele nunca foi da Nova União. Nunca fomos amigos e só conheci ele depois da nossa luta. Não tínhamos nenhum contato”.

Demissão precoce do UFC

Após perder para Anderson Silva, seria natural que Thales fizesse uma luta menor, para tentar voltar ao caminho das vitórias e esperar uma nova oportunidade pelo cinturão. Mas, não foi isso que aconteceu. Quatro meses após cair para o compatriota, o carioca foi colocado para enfrentar o italiano Alessio Sakara, que, apesar de ser experiente no UFC, possuía uma carreira irregular na competição. Thales acabou perdendo por decisão dividida, o que resultou na sua demissão do Ultimate.

“Isso foi difícil, eu não tive nenhuma explicação. Falaram para mim: ‘olha, no momento, não precisamos mais de você’. Eu ainda tinha duas lutas no contrato, mas acabaram rescindindo. Foi uma luta parelha contra o italiano, até acho que ganhei… Na hora eu fiquei um pouco chateado e a vida continua”, disse.



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