Política

Ex-presidente da Valec é preso pela PF em Goiânia

EM GOIÂNIA


02/06/2017



O ex-presidente da Valec, Juquinha das Neves, foi preso preventivamente pela Polícia Federal em Goiânia nesta sexta-feira (2). O advogado de defesa diz que acompanha o caso, mas não tem informações do motivo da detenção.

O ex-presidente da estatal foi conduzido coercitivamente à sede da Polícia Federal, em Goiânia, no último dia 25 de maio, dentro da Operação De Volta aos Trilhos, realizada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, em Goiás e Mato Grosso. Na mesma data, o filho dele, o empresário Jader Ferreira das Neves, e o advogado Leandro de Melo Ribeiro foram presos.

Segundo o MPF, Juquinha e Jader "continuaram a lavar dinheiro da propina" mesmo depois de condenados à prisão, "produzindo provas falsas no processo para ludibriar o juízo e assegurar impunidade, além de custearem parte de sua defesa técnica (advogados) com dinheiro de propina".

Durante a última fase da operação o MPF chegou a pedir a prisão preventiva de Juquinha das Neves, mas a solicitação foi indeferida pela 11ª Vara Federal da Sessão Judiciária de Goiás, que considerou não haver provas suficientes de atualidade criminosa. Apesar disso, o Poder Judiciário determinou a condução coercitiva contra Juquinha.

No último dia 25, após deixar a sede da PF, o ex-presidente da Valec negou as acusações em entrevista à repórter Giovana Dourado, da TV Anhanguera. "Tudo correto. Tudo declarado. Não existe nada até agora. Tem seis anos de investigação e é isso aí". Juquinha das Neves ressaltou ainda que não possui nenhum patrimônio em nome de "laranjas". Questionado se ele está tranquilo, respondeu: "Tranquilíssimo".

Neste ano, pai e filho pegaram, respectivamente, 10 e 7 anos de reclusão, por formarem quadrilha e lavarem de dinheiro nas obras de construção da Ferrovia Norte-Sul, praticados por Juquinha quando presidiu a Valec.

Segundo o MPF, o advogado é suspeito de ser "laranja" de Jader e Juquinha, além de auxiliá-los na ocultação do patrimônio.

Operação De Volta aos Trilhos

A operação De Volta aos Trilhos é um desdobramento das investigações da Lava Jato e nova etapa das operações O Recebedor e Tabela Periódica. Conforme os procuradores da República, a ação baseia-se em acordos de colaboração premiada assinados com o MPF pelos executivos das construtoras Camargo Corrêa e da Andrade Gutierrez, que confessaram o pagamento de propina a Juquinha das Neves.

De acordo com o MPF, a ação também é embasada em investigações da Polícia Federal que levaram à identificação e à localização de parte do patrimônio ilícito mantido oculto em nome de terceiros (laranjas).

Assim, os procuradores destacam que um dos principais objetivos da operação é o sequestro e apreensão dos seguintes bens:

Apartamento no edifício IT Flamboyant, no Jardim Goiás, em Goiânia
Apartamento em construção no Edifício Residencial Applause-New Home, no Setor Coimbra, em Goiânia
Cinco casas populares localizadas no Condomínio Residencial Pôr do Sol II, na cidade de Bela Vista, Goiás
Aeronave King Air, prefixo PT-WFNAeronave Neiva Seneca III, prefixo PT-VOV
Nota promissória emitida no valor de R$750 mil
Cotas do capital social de Noroeste Imóveis Ltda., bem como dos imóveis registrados em nome dela: loteamento Jardim Noroeste, com quase 300 lotes, em Água Boa (MT); duas glebas de terra nos municípios de Breu Branco e Goianésia do Pará.

A Valec, informou, em nota, que "as irregularidades que motivaram a operação referem-se a períodos em que a empresa era gerida por outra Diretoria. Quando foi deflagrada a operação “O Recebedor”, a atual diretoria da Valec instituiu internamente uma Comissão Especial de Acompanhamento e Apuração com a finalidade de acompanhar fatos investigados e mantém seu compromisso com a probidade, a ética e a transparência no exercício da atividade pública".
 



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //