Brasil

Paraibano e Ex-assessor de Jair Bolsonaro e investigado no golpe recebeu R$ 239 mil do PL


13/02/2024



Tércio Arnaud é apontado como um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”

   

247 – O ex-assessor de Jair Bolsonaro, Tércio Arnaud, e sua mulher, Bianca, ambos investigados pela Polícia Federal no inquérito dos atos golpistas, estavam empregados no PL.

O PL, partido do qual Bolsonaro é presidente de honra, pagou ao longo do ano passado R$ 239,6 mil reais como salários para o ex-assessor Tércio Arnaud Tomaz e sua mulher, a enfermeira Bianca Diniz Arnaud.





Quem é 

 

Por conta da determinação de Alexandre de Moraes que impede o contato entre os investigados, o ex-assessor presidencial precisou deixar o local e retornou para Brasília



Entre os 33 alvos da operação deflagrada na manhã desta quinta-feira (8) pela Polícia Federal para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, está Tercio Arnaud Tomaz, ex- assessor presidencial da Presidência.

Próximo a Jair Bolsonaro, ele estava com o ex-mandatário da República na residência de veraneio da família em Mambucaba, distrito de Angra dos Reis, no momento que os policiais chegaram para cumprir a decisão judicial. Por conda da determinação de Alexandre de Moraes que impede o contato entre os investigados, o ex-assessor presidencial precisou deixar o local e retornou para Brasília.

Durante o governo Bolsonaro, Tércio era assessor especial da Presidência da República, com salário bruto de R$ 13.623,39, e chegou a ser apontado como o líder do chamado “gabinete do ódio”, termo para designar um grupo dentro do Palácio do Planalto que supostamente dissemina mensagens difamatórias contra adversários do ex-presidente.

 

Antes de trabalhar com as redes da família Bolsonaro, Tercio trabalhava como recepcionista em um hotel. Ele é formado em biomedicina por uma faculdade de Campina Grande. Em 2017, entre abril e dezembro, trabalhou oficialmente com Jair Bolsonaro em seu gabinete na Câmara dos Deputados, recebendo R$ 2,1 mil mensais.

Depois, em dezembro de 2017, foi nomeado para o gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara dos Vereadores do Rio, com salário de R$ 3,6 mil. Apesar de ser empregado no legislativo carioca, Tercio continuou próximo a Bolsonaro.

Tercio frequentava a residência do empresário Paulo Marinho, que serviu de comitê para a campanha de Bolsonaro em 2018, segundo depoimento do próprio empresário à CPI. “O Tercio era uma pessoa que acompanhava ora o Capitão Bolsonaro, ora acompanhava o Flávio Bolsonaro”, afirmou Marinho.

Quando Bolsonaro deu sua primeira coletiva como presidente eleito, em 1 de novembro de 2018, foi Tercio, como assessor da campanha do então candidato, quem fez o credenciamento de jornalistas que excluiu jornais como o Estado de S. Paulo, a Folha de S.Paulo, O Globo e outros veículos, segundo reportagem do Estado. “Por mensagens pelo WhatsApp, Tercio respondeu aos jornalistas dos veículos barrados que eles não poderiam entrar ‘por questões de espaço'”, registrou o jornal.

Em julho de 2020, quando já era assessor especial da Presidência, ele foi apontado pela rede social Facebook como um dos administradores de contas falsas usadas para proferir ataques a opositores de Bolsonaro .

O relatório, à época, afirmava que apoiadores próximos à família Bolsonaro criavam personagens fictícios, como se fossem repórteres ou pessoas comuns, para tecer críticas on-line e escapar de punições. O Planalto sempre negou que existisse um grupo do tipo na estrutura institucional da Presidência.

 



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //