Autoridades dos Estados Unidos e da China anunciaram nesta terça-feira, 10, que chegaram a um entendimento com vistas à retomada da trégua na guerra comercial entre ambos os países. O anúncio foi feito após dois dias de conversas em Londres que representam uma possível bandeira branca nas tensas relações econômicas entre as duas potências.

O vice-ministro do Comércio chinês, Li Chenggang, e o secretário norte-americano Howard Lutnick, indicaram que o acordo será submetido à apreciação dos presidentes Donald Trump e Xi Jinping, responsáveis pela decisão final sobre a proposta.

De acordo com os negociadores, o esboço do acordo contempla pontos discutidos em Genebra, no mês passado, além de entendimentos alcançados em uma ligação telefônica recente entre os dois chefes de Estado. Os detalhes específicos da proposta, no entanto, não foram divulgados.

Li Chenggang enfatizou para os jornalistas que houve um consenso de Genebra com os resultados da ligação entre os líderes em 5 de junho. “Vamos levar a estrutura de acordo ao presidente Trump para aprovação. Se aprovado, implementamos”, enfatizou. 

Lutnick, por sua vez, classificou o resultado das conversas em Londres como um “primeiro passo significativo” e ressaltou a necessidade de “superar o clima negativo” que tem dificultado o avanço nas negociações.

O secretário também destacou que o acordo tenta resolver questões sensíveis, como o comércio de metais de terras raras e ímãs, um insumos essenciais para a indústria de tecnologia de ponta.

Encontro em Genebra

O atual esforço dá continuidade à trégua provisória firmada no dia 12 de maio, em Genebra, que na ocasião, Washington e Pequim concordaram em reduzir tarifas mútuas, com a China se comprometendo a liberar a exportação de terras raras e materiais cruciais para setores como o de veículos elétricos e componentes eletrônicos.

No entanto, o ritmo das exportações ficou abaixo do esperado, o conselheiro econômico Kevin Hasset enfatizou que as remessas têm ocorrido de forma lenta e em volume insuficiente, o que tem gerado frustração entre as empresas americanas.

Diálogo entre líderes reaquece negociações

A reaproximação ganhou novo fôlego após uma conversa telefônica entre Trump e Xi, realizada em 5 de junho. Segundo ambos os governos, o tom do diálogo foi construtivo, e os dois líderes reafirmaram o interesse mútuo em encontrar soluções para o impasse comercial.

Trump classificou o contato como “positivo para ambas as nações” e disse que as negociações estão “progredindo bem”. Xi reforçou que a China tem agido com “seriedade e boa-fé”, e defendeu o diálogo como “único caminho possível” como forma de evitar novos confrontos.

Histórico de tensões 

Desde abril, a escalada tarifária entre EUA e China têm provocado incertezas no mercado e no comércio global. A Casa Branca aumentou as taxas sobre produtos chineses em até 145%, alegando práticas comerciais desleais. A China respondeu a essa taxação com mais tarifas equivalentes, o que elevou a taxação de bens americanos para os mesmos níveis.

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Os diplomatas dos dois lados tentam evitar que o conflito ganhe novos contornos, embora os encontros anteriores tenham tido resultados limitados, a reunião em Londres reacendeu expectativas de que um acordo mais duradouro possa ser finalmente alcançado.

Enquanto isso, a comunidade internacional acompanha de perto os desdobramentos, ciente de que qualquer resolução entre as duas maiores economias do mundo poderá influenciar diretamente o rumo do comércio global.