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Esportes olímpicos terão 25 mundiais nos próximos cinco meses: confira lista


15/07/2014

Se o brasileiro não conseguiu comemorar o título da Copa do Mundo de futebol, dentro de casa, ainda tem a chance de vibrar com conquistas importantes nos esportes olímpicos em 2014. Nos próximos cinco meses, serão 25 campeonatos mundiais em disputa, das mais variadas modalidades. Algumas dessas competições já começam a distribuir vagas para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.

A maratona começa nesta terça-feira, com o de Esgrima, na Rússia. Uma modalidade em que o Brasil não tem muita tradição, mas leva na bagagem uma expectativa de bom resultado com Renzo Agresta, 15º colocado no ranking mundial e campeão pan-americano do ano passado. Além dele, outros 20 brasileiros estarão em Kazan.

Serão mais de duas dezenas de competições, nenhuma realizada no Brasil. Na lista, 25 mundiais espalhados por três continentes. Só a Espanha será sede de quatro grandes competições nos próximos meses: os mundiais de tiro esportivo, vela, basquete masculino e ciclismo. Marcus Vinícius Freire, Superintendente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), explica que os objetivos estão voltados para o desempenho nos Jogos Rio 2016:

– A decisão de se candidatar a sediar um mundial é de cada Confederação. A recomendação do COB para este ciclo olímpico é de que as confederações centralizem seus investimentos na preparação dos atletas para os Jogos Olímpicos – comentou o Superintendente.

O ano passado foi histórico para o esporte brasileiro: 27 medalhas em campeonatos mundiais, oito delas de ouro. Destaque para o inédito título do handebol feminino, a dobradinha Poliana Okimoto e Ana Marcela Cunha na maratona aquática e o primeiro ouro da história do judô feminino brasileiro em mundiais, com Rafaela Silva. Marcus Vinícius explica ainda que o objetivo está em 2016:

– Não estabelecemos uma meta de medalhas para o ano, mas teremos como base de comparação os segundos anos dos ciclos olímpicos passados (2010, 2006, 2002, etc). Porém, as diferenças de calendário entre os eventos previstos nos últimos 4, 8 e 12 anos não permite um comparação de forma objetiva entre os anos. Esperamos continuar evoluindo, sabendo que cada modalidade tem um objetivo específico neste ano e, para isso, daremos todo o suporte para que alcancem suas metas – disse o dirigente.

Principal fonte de medalhas dos últimos anos, o vôlei terá um "aquecimento" antes do Mundial. A fase final da Liga Mundial (masculino) começa nesta quarta, enquanto dentro de alguns dias se inicia o Grand Prix (feminino). Em 2014, a principal competição é o Campeonato Mundial, na qual os homens buscam o quarto título seguido. Já as mulheres vão atrás de uma medalha de ouro inédita. Depois de dois vices seguidos, as bicampeãs olímpicas tentam conquistar o Mundial a partir do dia 23 de setembro, na Itália, sem contar com a líbero Fabi, que anunciou que não defende mais a seleção.

O judô tem uma responsabilidade grande no Mundial da Rússia, de 25 a 31 de agosto: repetir as sete medalhas conquistas no ano passado, entre elas o ouro de Rafaela Silva, quando a competição foi realizada no Rio de Janeiro. Carro-chefe de pódios do Brasil em Olimpíadas, a modalidade quer manter a média de medalhas nas principais competições para chegar forte em 2016.

– Trabalhamos para igualar o resultado de 2013, mas acreditemos que temos potencial para ainda mais medalhas, não me surpreenderia. Estamos colhendo frutos a curto prazo, no Mundial deste ano, médio prazo, para 2015, e principalmente a longo prazo, com olhos nas Olimpíadas – disse o coordenador da seleção brasileira Ney Wilson.

Se o judô brasileiro e o pódio andam de mãos dadas há décadas, a seleção masculina de basquete tem um objetivo mais modesto: quer apagar o vexame do ano passado, quando perdeu os quatro jogos da Copa América e só se classificou para o Mundial da Espanha por conta de um convite da Federação Internacional de Basquete (Fiba). A competição tem início no dia 30 de agosto, e o Brasil está no Grupo A, ao lado de Espanha, França, Sérvia, Egito e Irã. Já a equipe feminina entra em quadra de 27 de setembro a 5 de outubro, na Turquia. O Brasil está no Grupo A, com República Tcheca, Espanha e Japão.

A China, uma das principais potências da ginástica artística, será o palco do Mundial da categoria que começa dia 3 de outubro. A seleção feminina deve contar com um misto da experiência de Daniele Hypolito, em seu nono Mundial, com a juventude de Rebeca Andrade e Flavia Saraiva, as duas novas caras da modalidade no Brasil. Já entre os homens, Arthur Zanetti, invicto há mais de dois anos nas argolas e campeão mundial e olímpico no aparelho, é o favorito ao bicampeonato. O ginasta, porém, sabe das dificuldades:

– Nas Copas do Mundo neste ano, venci alguns dos adversários que vou ter no Mundial. Mas um Mundial nunca é fácil – disse o campeão de 2013 e medalha de prata em 2011.

O último Mundial da lista é o de natação em piscina curta. A competição, que reunirá alguns dos principais nadadores do mundo, inicia dia 3 de dezembro, no Catar. O campeão olímpico nos Jogos de Pequim 2008, Cesar Cielo, já anunciou que tentará o bicampeonato na competição:

– Eu ganhei o Mundial em 2010 e vou tentar o bi. É um mundial e meu foco na temporada é a participação em Doha – comentou Cielo.

PRIMEIRAS VAGAS PARA OS JOGOS OLÍMPICOS DE 2016

O Campeonato Mundial de Esportes Equestres, que será disputado na França a partir do dia 25 de agosto, será a primeira competição que dará vaga diretamente para os Jogos Olímpicos de 2016. Entre as provas de adestramento, Concurso Completo de Equitação (CCE) e saltos, serão 60 vagas nos Jogos do Rio.

Para o Brasil, o Mundial é um evento importante para a preparação rumo às Olimpíadas, mas, segundo a Federação Equestre Internacional, o país já tem vaga garantida por equipes nas três modalidades.

Dias depois, será realizado o Campeonato Mundial de Tiro Esportivo, em Granada, na Espanha. Aí, será mais importante para o Brasil conquistar vagas para 2016. Por ser sede, o país tem garantidas nove vagas, cinco entre os homens e quatro entre as mulheres. Mas, no Mundial, o Brasil pode conquistar novos lugares para as Olimpíadas. São 64 vagas em jogo, espalhadas pelas 15 categorias da modalidade.

Esporte que mais medalhas de ouro trouxe para o Brasil na história dos Jogos Olímpicos, a vela terá o Campeonato Mundial também na Espanha, exatamente na mesma época. Para o Brasil, pouco importará a briga pelas vagas olímpicas, já que por ser sede, o país já está classificado em todas as categorias. O objetivo é conquistar medalhas, já que, ano passado, foram dois ouros (Robert Scheidt na classe laser e Jorge Zarif na Finn) e uma prata ( Martine Grael/Kahena Kunze na 49er).

RIVALIDADE: ARGENTINA JÁ GANHOU MEDALHAS EM 2014

Não basta os "hermanos" terem disputado a final da Copa do Mundo no Maracanã. Esse ano, alguns Campeonatos Mundiais de modalidades olímpicas já foram realizados, e os argentinos conquistaram duas medalhas de bronze no hóquei sobre a grama.

Se no Brasil o hóquei ainda não é muito divulgado, na Argentina é bastante popular. A seleção feminina conquistou medalha nas últimas quatro Olimpíadas e saiu da Copa do Mundo, realizada na Holanda no mês passado, com o bronze. Os homens também ficaram na terceira colocação.

Em fevereiro, foi realizado o Campeonato Mundial de Ciclismo de Pista, sem a participação de atletas brasileiros. Destaque para Alemanha e França, com três medalhas de ouro cada.

Apesar do sucesso, a tendência é que o Brasil conquiste bem mais medalhas que a Argentina nos mundiais que estão por vir. Como comparação, na última edição das Olimpíadas, o Brasil subiu ao pódio 17 vezes (três ouros, cinco pratas e nove bronzes), enquanto nossos vizinhos ficaram com apenas quatro medalhas (um ouro, uma prata e dois bronzes).

NEM TUDO QUE RELUZ É MUNDIAL

O calendário de algumas modalidades olímpicas não reserva para 2014 um Campeonato Mundial. Mas, nem por isso, o segundo semestre do atletismo, saltos ornamentais, taekwondo, futebol feminino e vôlei de praia será sem graça.

Nas pistas de atletismo, restam ainda cinco etapas da Diamond League, principal circuito de provas da modalidade, e os brasileiros disputam medalhas no salto com vara. Fabiana Murer tenta manter a liderança entre as mulheres, enquanto no masculino os jovens valores do país competem com os melhores do mundo.

No futebol feminino, o Campeonato Sul-Americano do Equador, em setembro, distribuirá duas vagas para a Copa do Mundo do ano que vem, e a seleção brasileira de Marta & Cia. tentará manter a tradição de sempre se classificar para o evento.

No taekwondo, o circuito mundial segue e, em dezembro, a final do Grand Prix reúne os principais lutadores de cada categoria. No vôlei de praia, o ano não está sendo tão bom como o de costume para os brasileiros, mas ainda restam 14 etapas para o fim do circuito mundial. Tempo bastante para as duplas se entrosarem, conquistarem medalhas e entrarem em 2015 no auge.

As piscinas de Xangai serão palco da Copa do Mundo de saltos ornamentais, principal competição do ano na modalidade, já que o Campeonato Mundial é realizado em anos ímpares. Cesar Castro é o principal nome do país no torneio, que tem início já nesta terça-feira.



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