Comedia com Farinha surgiu a partir de uma oficina de máscaras da “Comedia dell’Arte” realizada pelo ator e pesquisador gaúcho Marcio Silveira, na cidade de João Pessoa, tendo como participantes a maioria dos atores do Quem Tem Boca É Pra Gritar. Os exercícios desenvolvidos na oficina produziram um material que ao analisarmos, percebemos ser a base fundamental pra criação de um espetáculo. 

O espetáculo será realizado na Praça da Paz, as 19h no dia 27 de Março, dia Mundial do Teatro.

Marcio Silveira, foi então, convidado para criação da dramaturgia e seguimos no estudos e aprofundamento dos movimentos dos personagens originais da “Commedia dell’Arte”, para tal, tivemos a contribuição fundamental da atriz e pesquisadora Cecilia Retamoza. Após a compreensão e execução deste aprendizado, partimos para desconstrução do mesmo, já que a ideia, desde seu nascimento, não era fazermos uma Commedia dell’Arte, e sim, a partir desse estudo, realizarmos nossa comédia, a “Comedia com Farinha”, que se inspira na dell´Arte, mas se constitui num estudo do Caos Urbano, do “Ator Quântico” e da construção de uma energia para o ator na rua, dos bêbados de praças e principalmente da capacidade do nordestino de produzir o “engraçado”, o cômico.

Em um roteiro divertido que se divide em cinco partes que estão ao mesmo tempo independentes e interligadas. A primeira cena consiste em Berinjela e Arlelinos, resgatarem a fogosa Ardélia de um incêndio, um grande conflito em cima de quem irá salvar a jovem em perigo. Na segunda cena o autor que faz uma homenagem a Isabella Andreini, que foi a primeira mulher a fazer teatro oficialmenteprofissionalmente, a cena é recheada de elementos femininos e feministas, consiste no encontro de Isabella e Berinjela seu amado.

No terceiro momento exploramos um pouco sobre a luta entre patrão x empregado. Na quarta cena, há dois momentos hilários, o primeiro Arlelino relata uma experiência de fartura de comida que já viveu em tempos passados, texto inspirado nos escritos de Dario Fo. Já no segundo momento, Arlenino come uns comprimidos achando que é farinha, e situações cômicas se expandem após o remédio começar a fazer efeito. No quinto e não menos importante, Arlelino servirá a dois amos, gêmeos, e a confusão tá feita.

A Comedia Com Farinha nada mais é do que um mergulho na nossa pesquisa dessa energia e um desencadear de nossa eterna busca de “Brincantes” de teatro das ruas do Brasil.