Paraíba

Especialista atesta que o coque de petróleo não causa danos à saúde


15/08/2013



O aproveitamento de resíduos gerados a partir do processo de refinamento do petróleo vem se tornando uma alternativa extremamente econômica para diversas indústrias brasileiras. É o caso do coque, um subproduto do petróleo com altas concentrações de carbono e que sua principal função é a geração de energia através de sua queima. Mas, embora extremamente vantajoso para as indústrias, principalmente, para os fornos das fábricas de cimento, cerâmicas, gesso e de cal, o coque ainda enfrenta grande preconceito das comunidades e pessoas por causa de sua cor preta, mas o produto não causa nenhum dano à saúde da família. A foligem escura é o único inconveniente do coque. Quem atesta isso é o Doutor em Medicina e Diretor do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital das Clínicas de São Paulo, Dr. Anthony Wong.

Segundo ele, o que falta à população é informação. “O pior risco que uma comunidade corre é o de pânico causado por uma falsa informação. O coque não é tóxico. Esse carbono, quase puro, é praticamente inerte e, nas condições que ele se encontra quando comercializado, não reage com nada. Mesmo inalado aos pulmões nas condições do dia a dia, ele não provoca doenças inflamatórias, alergia, tumores ou câncer. Não há relatos na Medicina de qualquer doença provocada pelo coque, até mesmo entre as pessoas que trabalham diretamente com o produto”, explica o diretor do Ceatox, acrescentando que as pessoas tem certa aversão ao produto, assim como têm com qualquer produto que ‘manche’ visualmente. “Mas ele não faz mal à saúde”, continua o médico.

Dr. Wong esclarece que o coque é obtido de um método chamado coqueamento, que é um processo onde as temperaturas chegam a 1200 – 1300ºC para tirar o máximo de produtos leves como gasolina, querosene, óleo diesel, GLP. Este processo resulta no subproduto: o coque, um produto de quase puro carbono e com alto potencial de queima (ele pode chegar a 1200ºC nos fornos). Assim, de acordo com Dr. Wong, o produto não produz danos como a gasolina, o éter, o tolueno, cuja inalação pode causar problemas no fígado, cérebro, pulmões e coração. “A pequena quantidade de resíduas de solventes presente no coque não causa problema e isso é comprovado nos experimentos em animais com quantidades 100 vezes maior. É por isso que o coque pode ser armazenado a céu aberto sem riscos. Esse aval, inclusive, é dado aos terminais de coque pelas próprias autoridades ambientais”, argumenta o médico.



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