O Fórum dos Servidores Públicos, que agrega 39 entidades, o Clube dos Oficiais da Polícia Militar e a Associação dos Procuradores do Estado da Paraíba, entregaram ao Ministério Público Estadual, um pedido de investigação sobre documentos da Secretaria de Segurança com denuncias que circulam na internet de uma apreensão de R$ 81 mil reais em dinheiro, que segundo levantamento inicial da Polícia Civil, seria destinado a então secretários da Prefeitura de João Pessoa, na gestão do ex-prefeito Ricardo Coutinho, hoje governador e candidato a reeleição.

A apreensão teria se dado durante uma abordagem de rotina ao veículo modelo Fox, placas DYE-5922, no dia 30 de junho de 2011, onde teria sido encontrado o dinheiro, divididos em pacotes de R$ 5 mil em notas de R$ 50 novas. Junto com o dinheiro foram encontrados um papel branco com as letras G, L, C e o nome Dra. Laura e os valores respectivamente, R$ 28.000,00, R$ 10. 000, 00, R$ 39. 000, 00 e R$ 4.000, 00; e ainda outro papel amarelo com as escrições Emlurb Coriolano JP, Laura 4 – Roberta, Livania 10, Eurico 28 e Coriolano 39.

Ainda segundo os documentos, em papel timbrado do governo do estado e com assinaturas de oito delegados, levantamento inicial dava conta que o dinheiro seria destinado a secretários do governo que seriam representado pelas letras G – Gilberto Carneiro (Atual Procurador Geral do Estado e ex-secretário de Administração de João Pessoa), L – Livania Farias (Atual Secretaria de Administração do Estado e ex-secretária de Finanças de João Pessoa), C – Coriolano Coutinho, irmão do governador e ex-superintendente da Emlur e ainda Laura Farias, que também ocupou cargos na Emlur, Semor e Administração em João Pessoa.

Em 4 de julho de 2011, apenas 4 dias após a apreensão, o secretário executivo de Segurança, Raymundo José Araújo Silvany, decide pelo arquivamento do inquérito, justificando que tudo não se passava de um factóide político criado pelos oito delegados que participaram da ação.

Em outro documento constante na denuncia, endereçado ao MInistério Público e com assinatura ilegível, é levantada suspeita contra os delegados de terem orquestrado uma armação sem precendentes para prejudicar o governo, haja vista que alguns delegados que participaram da ação eram representantes de sindicatos e associações, que estariam liderando movimento de greve da categoria contra o governo do estado.

Ainda segundo a denuncia, o inquérito teria sido extraviado do arquivo da Secretária de Segurança Pública, existindo apenas copias que estão circulando na internet.

O presidente do Fórum dos Servidores, Victor Hugo, destacou que por se tratar de denuncia grave, cabe ao Ministério Público apurar a veracidade e se confirmando os fatos, que os envolvidos sejam devidamente punidos. Caso contrário, ele pede que seja apurado também que seja apurado o responsável pela vazamento dos documentos na internet.

A presidente da Aspas, Sanny Japiassu, disse que como membro do Fórum dos Servidores, a entidade foi convidada a discutir o teor da denuncias e ficou aprovada pela maioria do Fórum, que a denuncia fosse encaminhada ao Ministério Público para que se faça a investigação.