Tecnologia
Engenheiro paraibano integra associação americana e lidera implementação da TV 3.0 no Brasil
13/04/2025

Josemar Cardoso da Cruz tem papel estratégico no avanço do padrão ATSC 3.0, nova geração da televisão aberta
Engenheiro atua como um dos protagonistas na implantação da TV 3.0 no Brasil
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O engenheiro paraibano Josemar Cardoso da Cruz atua como um dos protagonistas na implantação da TV 3.0 no Brasil, novo padrão de televisão aberta baseado na tecnologia ATSC 3.0. CEO da DAE Xtream Solutions Services LLC, sediada nos Estados Unidos, Josemar é membro ativo da Advanced Television Systems Committee (ATSC), associação americana responsável pela padronização do sistema. Desde 2023, ele participa dos grupos técnicos TG-3 e IT-4 Brasil, que coordenam os testes e a implementação do modelo em território nacional.
O envolvimento de Josemar com a TV 3.0 teve início após ser contatado por Anne Schelle, da Pearl TV, que identificou uma publicação no LinkedIn destacando as vantagens do ATSC 3.0. À época, o Brasil ainda avaliava diferentes tecnologias para substituir o atual sistema de transmissão digital. Em julho de 2024, o país oficializou o ATSC 3.0 como novo padrão de transmissão, confirmando a previsão do engenheiro paraibano, que defendia o modelo como o mais adequado para o cenário brasileiro.
Com mais de quatro décadas de experiência em engenharia de telecomunicações e radiodifusão, Josemar coordena projetos que aproximam a transmissão aberta da conectividade via banda larga, o que possibilita interatividade, maior qualidade de imagem e som, e novos formatos de monetização de conteúdo. Ele destaca que a TV 3.0 representa uma convergência inédita entre os modelos “um para muitos” (broadcast) e “um para um” (internet), oferecendo ao público uma nova forma de consumo audiovisual, com funcionalidades similares às das plataformas de streaming.
Afinal, o que é a TV 3.0?
A TV 3.0 é a nova geração da televisão aberta no Brasil, com previsão de implementação gradual a partir dos próximos anos. Baseada no padrão ATSC 3.0, desenvolvido nos Estados Unidos, a tecnologia permitirá transmissões em resolução 4K e até 8K, som imersivo com múltiplas opções de áudio, além de recursos interativos e integração com internet. A proposta é transformar a forma como a TV aberta é consumida, aproximando-a das plataformas de streaming, sem abandonar o caráter gratuito.
Um dos principais diferenciais da TV 3.0 é a interatividade. As emissoras poderão disponibilizar conteúdo sob demanda, jogos, aplicativos próprios em Smart TVs e até mesmo compras diretamente pela TV, por meio de propagandas interativas e serviços integrados. O modelo atual, baseado na numeração de canais, dará lugar a uma navegação mais próxima da lógica dos apps digitais. Mesmo com essa modernização, o sinal continuará podendo ser acessado sem conexão com a internet, segundo o Ministério das Comunicações.
A nova tecnologia trará também uma evolução significativa na qualidade de imagem e som. A TV digital atual transmite em Full HD (1080p), enquanto a TV 3.0 oferecerá resolução 4K como padrão, e até 8K em conexões via internet. O sistema contará com tecnologia HDR (High Dynamic Range), que amplia o contraste e o realismo das cores. No som, será possível escolher entre diferentes fontes de áudio — por exemplo, priorizar a voz do artista ou o som da plateia em um show.
Do ponto de vista do setor, a TV 3.0 é vista como uma oportunidade de recuperação econômica para as emissoras, que nos últimos anos perderam espaço para plataformas de streaming e redes sociais. Com a nova tecnologia, será possível oferecer publicidade personalizada, conteúdo pago, parcerias com marcas e até programas exclusivos patrocinados, como já ocorre em formatos semelhantes na TV fechada e no meio digital.
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