Educação

Enem 2022: ‘Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil’ é tema da redação

Provas começaram a ser aplicados às 13h30 deste domingo; tempo limite para conclusão é às 19h


13/11/2022

Alunos aguardam abertura dos portões em frente ao Colégio Objetivo; prova começou às 13h30 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Estadão



O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 é “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. A informação foi divulgada no início da tarde deste domingo, 13, pelo ministro da Educação, Victor Godoy, em publicação nas redes sociais.

Os candidatos fazem neste primeiro dia, além da redação, provas de Linguagens e Ciências Humanas. Os exames começaram a ser aplicados às 13h30, e o tempo limite para conclusão é às 19h. A segunda parte do Enem, com questões de Ciências da Natureza e Matemática, acontece na próxima semana.

A redação deve ser do tipo dissertativo-argumentativo, com, no máximo, 30 linhas de extensão. O texto deve ser desenvolvido a partir da situação-problema proposta e dos conteúdos de apoio, que são auxiliam na apresentação do tema.

Essas orientações foram reforçadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza a prova, ao divulgar o tema escolhido. No último ano, o tema da redação foi “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”.

“O tema (da redação deste ano) leva o candidato a abordar a valorização de uma comunidade que normalmente não é lembrada, ou é lembrada ocasionalmente, que são as comunidade e povos tradicionais”, destacou Maria Aparecida Custódio, professora do Laboratório de Redação do Objetivo.

Ela aponta que a leitura inicial é que, com base nos textos de apoio, que ainda não foram divulgados, o candidato que está prestando o Enem “não deve ter encontrado dificuldade para escrever sobre o que fazer para valorizar, para inserir essas comunidades no seio da sociedade.”

Para Maria Raquel Dias, professora de redação do Bernoulli, o tema da redação deste ano é “bastante pertinente e muito atual”. “É um tema que assume uma perspectiva relacionada ao direito à diferença e à questão da cidadania”, afirma.

“Espera-se que o candidato, a partir de um texto coerente e coeso, consiga apontar problemas relacionados à garantia dos direitos desses povos tradicionais, e também problemas relacionados à valorização cultural deles”, acresecenta Maria Raquel.

Na avaliação Fabiula Neubern, coordenadora de redação do Poliedro, o Enem deste ano “retoma um formato que não aparecia desde 2017, que é o uso da palavra ‘desafios′”. Naquele ano, o tema foi “Desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil”.

“É importante, então, que o aluno pense em causas da dificuldade dessa valorização desses povos tradicionais e comunidades tão importantes para a cultura do país”, afirma Fabiula. “É um tema que era cotado já há alguns anos. Portanto, uma vantagem pode ter sido o aluno ter escrito a respeito desses povos em anos anteriores ou até em 2022.”

Principal porta de entrada para universidades públicas e privadas do País, o Enem tem visto uma gradativa queda do total de inscritos ao longo dos últimos anos. São 3,39 milhões nesta edição, ante um pico de 8,72 milhões em 2014.

A prova deste ano reúne gerações de alunos que tiveram grande parte da formação do ensino médio em aulas a distância, por causa da pandemia que já dura quase três anos. Com isso, a rotina de preparação teve de ser reinventada, para superar desafios de aprendizagem e saúde mental.

Relembre temas de edições anteriores

Nos últimos cinco anos antes da edição atual, os temas de redação do Enem passaram por educação, cultura e comportamento da tecnologia. Sempre com a proposta do candidato montar um texto dissertativo-argumentativo, onde a capacidade de defender e explicar seus raciocínios é um importante critério de avaliação.

Em 2021, foi escolhido como assunto geral “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”, que falou a respeito da participação do Estado em prover a visibilidade aos menos privilegiados que “não estejam” na sociedade por não disporem de documentos essenciais, como certidão de nascimento.

Na virada da década, em 2020, o tema foi “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”, voltando ao ramo da inclusão e discutindo sobre o capacitismo. Em 2019, “Democratização do cinema no Brasil” e a divulgação desse tipo de arte audiovisual.

Para 2018, foi escolhido o assunto “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”, que relembrou sobre o perigo das informações pessoais expostas na rede, bem como a criação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Em 2017, o tema foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, abordando a inclusão social.

 



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