Economia & Negócios

Endividamento e inadimplência diminuem em junho na Região Metropolitana de João

Finanças


03/07/2014

Em junho, houve redução no nível de endividamento e de inadimplência do consumidor na Região Metropolitana de João Pessoa (RMJP). O índice de endividamento diminuiu 0,91p.p na comparação com maio e a inadimplência também apontou retração de 0,32p.p. O levantamento foi realizado pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas Econômicas e Sociais da Paraíba (IFEP).

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) constatou que, em junho, 75,56% dos consumidores possuíam algum tipo de dívida voluntária (parcelamentos de cartão de crédito, cartão de loja, cheque especial ou qualquer tipo de financiamento) contra 76,47% no mês anterior. Na comparação com o mesmo período de 2013, a taxa de endividamento apresentou uma leve alta de 0,43p.p, já que em junho do ano passado o percentual de endividados foi de 75,13%.

“Esta redução da taxa de endividamento do consumidor paraibano pode ser atribuída, em parte, aos juros elevados que encarecem o custo do crédito ao consumidor e influencia negativamente nas compras a prazo, além da alta da inflação que onera diretamente o orçamento familiar, tornando os consumidores mais cautelosos em adquirir novos produtos”, afirmou o Presidente da Fecomércio Paraíba, Marconi Medeiros.

Na análise por gênero, a queda do endividamento foi maior entre as mulheres (-1,04p.p), enquanto os homens reduziram 0,74p.p. Por faixa salarial, os consumidores com rendimentos entre três e quatro salários mínimos foram os que mais reduziram as dívidas (-1,86p.p), seguidos pelos que ganham até dois salários mínimos (-1,24p.p). Com relação à idade, as pessoas entre 37 e 47 anos tiveram a maior queda de endividamento (-1,29p.p). E por escolaridade, os que possuem o ensino superior completo apresentaram a maior redução no nível de endividamento (-1,43p.p).

Entre as razões apontadas para o surgimento das dívidas, novamente, o cartão de crédito foi o mais citado, com 73,93% do total de respostas. Em segundo lugar aparece o financiamento de veículos (13,53%), seguido pela prestação da casa própria (7,59%) e cartão de loja (6,93%). Neste quesito, o entrevistado podia citar mais de um item, por isso o somatório ultrapassa 100%.

Segundo o levantamento, os consumidores comprometeram, em média, 39,70% de sua renda mensal com pagamento de dívidas. Este resultado foi inferior em 0,80p.p se comparado ao do mês de maio. As mulheres (41,44%) comprometeram mais a renda com dívidas do que os homens (38,00%). Por faixa salarial, os consumidores que recebem até dois salários mínimos foram os que mais comprometeram a renda com pagamento de dívidas (43,19%) e, por escolaridade, foram os consumidores com ensino médio completo (41,02%). O número ultrapassa o ideal recomendado, que é de 30% da renda líquida comprometida para pagamento de dívidas.

Inadimplência

De acordo com a Peic, a taxa de inadimplência (consumidores que não podem quitar as contas atrasadas em um prazo de 90 dias) registrou 6,82% em junho. O percentual representa uma retração, com variação de -0,32p.p, já que em maio o número de inadimplentes atingiu 7,14%. O estudo mostrou, ainda, que 14,47% dos consumidores possuiam contas em atraso no mês, um resultado inferior comparado ao mês anterior, quando os endividados com contas atrasadas somavam 15,75%.

A principal razão pelas contas em atraso, de acordo com a maioria dos entrevistados, é a falta de planejamento nos gastos domésticos (56,82%). Em seguida, aparecem motivos relacionados à inflação (11,36%), desemprego na família (9,09%) e não recebimento do montante destinado à compra para terceiros (9,09%).

Uma parcela de 43,18% dos consumidores com contas atrasadas tentou renegociar suas dívidas. Destes, 15,79% não encontraram impedimentos para negociar. Os demais apontaram as seguintes dificuldades: taxa de juro elevada (52,63%), falta de recursos financeiros (47,37%) e prazos de pagamentos curtos (26,32%). Neste quesito o entrevistado poderia citar mais de uma resposta.

Em relação à intenção dos consumidores em realizar novas compras financiadas para os próximos 90 dias de algum eletrodoméstico ou eletroeletrônico, 19,20% manifestaram intenção de compra. Dentre os produtos citados, os destaques foram: televisor (41,56%), máquina de lavar roupas (14,49%), smartphone/celular (11,69%), ar condicionado (10,39%) e computador/notebook (7,79%). Vale salientar que neste quesito o entrevistado também poderia citar mais de uma resposta.



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