Música

Embolada, repente e violeiros

Extremo Cultural


11/01/2014

 O terceiro dia do projeto Extremo Cultural dedicado à cultura popular vai trazer neste domingo (12) apresentações de embolada, cantadores e repentistas. Os artistas se apresentam a partir das 17h, na Feirinha de Tambaú. A promoção é da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope).

O primeiro show que o público irá prestigiar é dos irmãos Frank e Nazar, de Serra de São Bento (RN). A dupla promete interagir com a plateia em animadas emboladas versando sobre política, sociedade e principalmente humor. Com quatro DVDs e seis CDs lançados, os irmãos completam uma década de estrada neste ano.

Uma hora depois do início da primeira atração, às 18h, é a vez de o repentista Auremir Caetano se unir ao cantador Pedro Rocha, ambos de Solânea, para entoar canções de Os Nonatos, Paulo Nascimento e Charles Gomes, isso ao som da viola. Fechando a noite, às 19h, os repentistas de Bananeiras JB da Viola e Ivan de Oliveira, com 17 anos de carreira, saudarão o público com versos de improviso.

Origens da cantoria – As origens da cantoria nordestina são um ponto incerto na história, de modo que as contribuições bibliográficas de Luís da Câmara Cascudo se mostram fundamentais. Estima-se que a cantoria de repente teve início no século XIX, na Serra do Teixeira (PB), com Agostinho Nunes da Costa (1797-1852) e seus filhos, Antônio Ugolino Nunes da Costa, Ugolino do Sabugi – o primeiro grande cantador brasileiro, e Nicandro Nunes da Costa, o poeta-ferreiro.

Na fase inicial de afirmação da cantoria como profissão e arte, Silvino Pirauá Lima, de Patos, introduziu a sextilha no cordel, o uso da deixa e do martelo-agalopado como se canta hoje.

Alguns elegem Gregório de Matos, o “Boca do Inferno”, e o Padre Domingos Caldas Barbosa como precursores da cantoria de viola no Brasil. Os dois, na verdade bons poetas, foram cantadores de modinhas ao som da viola, não repentistas dados a longos desafios.

O canto amebeu grego leva as origens do cancioneiro popular ainda para mais longe, há pelo menos trinta séculos de hoje. Reaparece na Idade Média, em declamações de trovadores acompanhados de alaúde ou viola, como constata Cascudo no “Dicionário do Folclore Brasileiro”.

Programação do Extremo Cultural – Cultura Popular:

Domingo – 19/01 – Babau da Paraíba, com Mestre Clóvis, e Ciranda do Sol, com Mané Baixinho;
Domingo – 26/01 – Cordelistas Luiz Gonzaga e Índio e cancioneiros Paulo Cruz e Daudete Bandeira;
Domingo – 02/02 – Coco de Roda do Mestre Benedito e Ventriloquia com Mestre Clébio.



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