Sociedade

Em novo texto, Dida Fialho questiona excesso de ganância da raça humana: “Qual o sentido de tudo isso?”


10/03/2023



 

 

Meu miúdo mundo mudo

(Dida Fialho)

O otimismo é uma força astral. Expressão que cabe a nós exercitá-la com motivação para se ter esperança.
Transformando o banzo em dança, o bem-estar acaba doenças e encontra resiliência para uma boa sobrevivência.

O mundo cada vez mais mudo, intolerante e insano, me dá vertigem.
Desequilibra meu labirinto sonoro quando ando.

Devotos fanáticos apegados a mitos, dizem ser o final dos tempos modernos.
Oxalá! Será o Benedito?
Cruz, credo! Eles estão perdidos nos templos.

O ser humano correndo risco e sentado em uma bomba atômica, não vai saber a hora certa que o relógio digital disparará o alarme para acordar do pesadelo.

O que mais se comenta na face da Terra, não são mais notícias de cometas riscando os céus com seu longo rabo pegando fogo.
As manchetes quentes, falam do projeto da NASA, em se mudar “de mala e cuia” para Marte.
Antes, vamos dar uma voltinha na Lua e tirar uma selfie.

Imaginem vocês que aqui, não damos conta do próprio lixo e com os tóxicos da loucura, isso pode não acabar bem.

Olho a emblemática situação que se encontra a humanidade.
Visto de um lado, aprendemos fácil as tecnologias.
O problema é o antagonismo para entender as orgias do mundo dos algoritmos.

Sem poder conter terremotos e sacolejando iguais sacos plásticos, rogamos aos céus sem ver a divindade ou alguém que possa nos defender da brutalidade da Mãe Natureza.

Na fome substancial da existência, não compramos pão com poesia.
O fermento químico da paixão, faz crescer o sonho doce.

O excesso acumulado no planeta, é ganância da raça humana, aprisionada pela velocidade do consumo.

A massa falida é parte de uma sociedade composta de pedintes de barrigas vazias, cheias de fome.
Qual o número que posso ligar para denunciar e resolver o que muitos acham natural?
O homem se dividiu e perdeu a unidade.
A destruição dos povos originários, prova o quanto a ignorância persiste em tantos Doutores e Mestres formados por faculdades analfabetas.

Não quero aqui a renúncia do conhecimento. Falo da apatia de uma comunidade acadêmica que se acostumou a ver a miséria bem produzida em séries da Netflix.

Faculdades espalhadas pelos quarteirões nas esquinas do lucro fácil, onde pouco se ensina.
A necessidade de comprar no cartão um diploma, deformando “profissionais”
ineficientes.

Falamos tanto da união do clã que a rigor, a “verdade” do homem de mente sã, pode ser encontrada por muitos, em livros de alta ajuda, onde o apelo vital é focado em escrituras romanceadas iludindo o sofrimento alheio.

Tecnologias de guerras.
Porta aviões, mísseis continentais e drones assassinos voando.
Motosserras, carros blindados, tanques explodindo de ódio em trincheiras, com a boca do canhão faminta, destruindo cidades inteiras, cheias de crianças querendo estudar e brincar com seus cachorrinhos, pulando alegres sem entender nada da morte.

Qual o sentido de tudo isso?
A quem devemos orar?
Em que oráculo se vê o destino?
Para que planeta deve ir a geração dos nossos netos?

A sensibilidade da inteligência artificial no cérebro eletrônico, tem alma pagã.
O trabalho voluntário do robô, será sensível ao calor, insensível à dor e, espero que ele seja, sem preconceito de cor.

O limite foi para o beleléu. Online, a mãe Terra com o celular na mão, localiza seus filhos e ninguém se perde mais.
O encontro é feito, frente a frente, fixando os olhos na tela de luz.
Voamos com a magia, iguais as mariposas, acesas



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