Economia & Negócios

Em meio a crise, Eike Batista deixa comando de empresa do grupo EBX

Mudança


04/07/2013



O conselho de administração da empresa de energia MPX (MPXE3) aceitou a renúncia do empresário Eike Batista do cargo de presidente e membro do grupo. De acordo com informações de mercado, a saída foi uma decisão pessoal do bilionário.

Com a saída do comando da empresa, a MPX deve trocar de nome e perder a letra "X", marca registrada das empresas do bilionário. Em conferência realizada na manhã desta quinta, o presidente da empresa, Eduardo Karrer, afirmou que o novo nome deve ser decidido até outubro.

As empresas controladas pelo empresário vivem uma séria crise de confiança, e as ações vêm desabando nos últimos meses. A saída de Eike Batista foi uma das formas de aliviar a pressão sobre a empresa, considerada uma das mais saudáveis do grupo EBX, ao lado da mineradora MMX.

Com dívidas que chegam a quase R$ 8 bilhões, o grupo EBX tenta renegociar os pagamentos com alguns dos maiores bancos do país (Itaú e Bradesco, Caixa e BTG, por exemplo), além de fundos estrangeiros.

O conselho da MPX decidiu também cancelar a oferta pública de ações da companhia e promover um aumento de capital de R$ 800 milhões por meio de uma operação privada, diante das condições desfavoráveis dos mercados acionários, informou a companhia nesta quinta-feira (4).

A recomendação para o cancelamento da oferta pública e promoção da capitalização privada partiu do banco BTG Pactual (BBTG11), do bilionário André Esteves, que tem atuado como assessor financeiro do grupo EBX. Inicialmente, a operação previa levantar pelo menos R$ 1,2 bilhão.

Além disso, segundo a MPX, "investidores e acionistas relevantes da MPX não manifestaram interesse em participar da oferta pública". O empresário e gestores da MPX têm 29% da empresa, com a alemã E.ON detendo 36% e o restante em circulação no mercado acionário.

A capitalização será promovida ao preço de R$ 6,45 por ação, valor de fechamento da ação da MPX na quarta-feira (3).

Parcela de cerca de R$ 366,7 milhões da operação será subscrita pela E.ON, que em março fechou acordo para comprar mais 24,5% de participação na companhia de energia, numa operação de cerca de R$ 1,5 bilhão.

O restante poderá ser assumido pelo próprio BTG Pactual, que assinou compromisso para capitalização da empresa caso os atuais acionistas não subscrevam a parcela remanescente.



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