Política

Em João Pessoa, Lula diz que Lava Jato tem provas, mas de sua inocência

EX-PRESIDENTE


26/08/2017



 Em discurso no Ponto de Cem Réis, na noite deste sábado (26), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se declarou aos pessoenses presentes como ‘conterrâneo’ após receber o título de cidadão da Capital. Lula ainda reiterou o seu ‘caráter e inocência’ perante a Operação Lava Jato e denunciou a ‘forma arbitrária’ de tratamento da justiça no caso.

 Lula agradeceu ao ex-vereador Júlio Rafael, propositor do título, representado na ocasião pela sua viúva, Ana Adelaide. “Quero agradecer a Julinho e a Adelaide, e queria declarar que esse título é do povo brasileiro, porque sem ele eu não teria feito 10% do que fiz nesse país”.

 Se posicionando sobre a operação Lava Jato, o ex-presidente desafiou a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o juiz Sérgio Moro a apresentarem ‘um centavo’ na sua conta ganhos de forma ilegal.

 “Essa gente já está a três anos com a Operação Lava Jato, defendo que todo mundo é inocente até que se prove o contrário, quando se tiver prova, se prenda e condene, mas que se julgue decentemente. Nos meus processos tem provas, mas da minha inocência”, disse.

 Posteriormente, em fala aplaudida pelos pessoenses presentes, Lula ainda disse que voltaria a Capital paraibana caso fosse comprovada qualquer ilicitude em sua conduta, e pediria desculpas.

 “Se eles apresentaram um real na minha conta, um gesto ilícito meu no governo, terei com a mesma honradez que estou aqui olhando para vocês, e recebi flores daquela criança, virei aqui pedir desculpas porque agora sou cidadão pessoense”, cravou.

 O ex-presidente ainda lembrou a sua caminhada pela transposição do Rio São Francisco. Ele afirmou que tinha a missão de ‘salvar’ o Nordeste, após sofrer ele próprio com a falta de água.

 “Quando assumi a presidência falei, vou ter que tentar dar um jeito no Nordeste, não posso passar para a história como mais um presidente que esqueceu essa região sofrida” salientou.

 Lula também não poupou críticas à gestão do presidente Michel Temer. Ele comparou a gestão do país com a de uma casa de família, e citou o esquema de privatizações de Temer como a venda de móveis de uma residência que passa por uma crise.

 "Que mulher ia casar com um homem que ao invés de procurar emprego chegasse em casa e dissesse, amor vamos vender a cama e a geladeira. Então, eles não sabem governar, que deixe quem sabe, governar", afirmou.

 Em uma das últimas falas, Lula citou novamente o desejo de regular a mídia, dando como exemplo a série de encontros que teve com magnatas da comunicação brasileira, que segundo o ex-presidente ‘se unem a elite’ contra o povo.

 “Tomei café com fulano, e deram pau na gente, pensei que eles não gostavam de mim porque eu era nordestino, e achei que com a Dilma, que é culta, iriam tratar melhor, mas não trataram. Eu acho que a bronca que essa gente perversa da elite tem de nós é porque esse povo ficou metido a besta”, opinou Lula.
 



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