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Em Cuba, Lula faz apelo para uma “revolução digital” nos países em desenvolvimento e anuncia medida para o G20

Após o Brasil virar presidente do G20, Lula disse que vai 'propor um Grupo de Trabalho de Ciência e Tecnologia para alavancar interesses' dos países subdesenvolvidos neste campo'


16/09/2023

Luiz Inácio Lula da Silva em Cuba (Foto: Reprodução)

Brasil 247

 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez neste sábado (16) um apelo para em favor de uma articulação dos países ricos e as nações em desenvolvimento para a inclusão digital. O chefe do Executivo federal participa em Havana, capital de Cuba, do encontro da cúpula do G77+China, que reúne 133 países em desenvolvimento. No evento, lideranças discutem alternativas para o crescimento econômico e a importância da Ciência e Tecnologia.

“Há duas grandes transformações em curso. Elas não podem ser moldadas por um punhado de economias ricas, reeditando a relação de dependência entre centro e periferia. A primeira é a revolução digital. E a segunda é a transição energética. Nossos países precisam ter as condições necessárias para responder a essas mudanças”, afirmou.

Em seu discurso, Lula disse que, após o Brasil ser presidente do G20 (dezembro de 2023 a novembro de 2024), vai “propor a criação de Grupo de Trabalho de Ciência, Tecnologia e Inovação para alavancar os interesses dos países em desenvolvimento neste campo”. “O pacto global digital da ONU oferece oportunidade de permitir que benefícios das novas tecnologias possam ser aproveitados por todos”.

O presidente alertou para a necessidade de se manter a soberania nacional dos países em desenvolvimento. “Grandes multinacionais de tecnologia tem modelos de negócios que acentuam a concentração de riquezas e fomenta o extremismo. Corremos riscos que vão da perda de privacidade ao uso de armas”. No evento, Lula também disse que é preciso trabalhar contra a “disseminação de conteúdo com ameaças à democracia e aos direitos humanos”.

O ocupante do Planalto destacou a importância do investimento em sustentabilidade ambiental. “Transição justa traz oportunidades. Ar mais limpo, rios sem contaminação, cidades mais acolhedoras, comida de qualidade na mesa, crianças mais saudáveis. Industrialização sustentável. Faremos sem esquecer que não temos a mesma dívida histórica dos países ricos”, disse.

O presidente também citou a relação com o continente africano. Defendeu a “colaboração Angola, Moçambique e vários outros países da África podem ajudá-los a dar um salto da produtividade agrícola e na produção de medicamentos”.



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