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Em artigo, Gil Sabino faz balanço do ano cultural na Paraíba

VIRANDO A PÁGINA


27/12/2017

O colunista do Portal WSCOM, o multimídia Gil Sabino, analisa em seu último artigo o ano cultural na Paraíba.

Confira o artigo na integra abaixo: 

Virando a Página da Cultura metalurgica filipéia                                 

O ano iniciou com ideias confusas a respeito da cultura. O golpe político trouxe suas consequências suprimindo verbas e investimento na área educacional e logicamente também da cultura, além de outras. Ainda assim, iniciou com um grande show de Zé Manoel e a participação de encantadoras artistas como Soraia Bandeira e Érika Maria. Logo em seguida reapareceu Cátia de França que, do alto dos seus 70 anos não deixou espaço pra ninguém e registrou uma de suas melhores performances. Ambos os shows tiveram lugar no teatro Paulo Pontes do Espaço Cultural José Lins do Rego.

Veio o pré Carnaval com o Folia de Rua e o registro de repetição de um evento que carece muito de melhoras para uma boa sustentação. Tem tudo pra acontecer. Precisa de investimento e profissionalismo.

O CEARTE, o CCTA da UFPB, e outros centros culturais tiveram calendário arrojado. O Café da Usina manteve a excelente programação artística a cargo de Rivaldo Dias, e o destaque ganhou novo endereço com a movimentada A Budega Arte e Café nos bancários, o bairro que maior movimento apresenta em torno da cultura, inclusive, com a paixão de Cristo sendo disputada por grupos teatrais. Destacamos ali o Coletivo Porta Cênica, coordenado por Kalline Brito, que esteve impecável na Praça da Paz.

A prefeitura repetiu o Festival de Música Clássica com tamanho sucesso, e a cidade reviu o Festival Aruanda, de cinema, que desta vez trouxe Ruy Guerra e Elba Ramalho entre outros homenageados de valor. Aplausos para Lúcio Vilar, guerreiro do cinema.

Dois paulistanos estiveram em terras de Parahyba, o produtor musical e fundador do teatro de vanguarda Lira Paulistana, Wilson Souto Júnior, que veio falar sobre a música brasileira do vinil ao streaming; e o dramaturgo Zé Celso Martinez Correa, que dominou a cena no teatro Santa Roza, em noite histórica com direito a nus no palco e até fora da cena, na calçada do teatro em frente ao quartel da Polícia Militar.

A cena musical paraibana manteve-se aquecida e arriscou exportar Nathália Bellar para o concorrido The Voice, da Globo, assim como mostrou ainda uma Lucy Alves expondo-se na balada melosa e causando polêmica nas redes sociais. Já Os Gonzagas trocou de cantor abrindo para Zé Neto, ex Muriçocas.

O Estado brindou o aniversário da Capital com inesquecível show de Nathália Bellar e novamente Cátia de França, no teatro Pedra do Reino; reabriu o Teatro Santa Roza e lançou projeto de implantação da primeira escola de artes no antigo prédio da Central de Polícia. Além disso, o Festival da Música Paraibana que começa agora em janeiro próximo. Deu continuidade ao PRIMA, primoroso projeto de inclusão através da música; e promoveu maior espaço, justo e digno, capitaneado pelo jornalista Jamarri Nogueira, à frente de programas musicais ao vivo com entrevista de artistas na Rádio Tabajara – Parabéns!

Alguns trabalhos reuniram ainda mais valor com a presença de Polyana Resende e exclente disco de samba, Maria Alice, Pedro Índio Negro, Manu, Gláucia Lima, Adeildo Vieira e seu lindo show, larrissa Yemisi, Bruna Borges, Winster, Titá Moura, Kennedy Costa, Débora Malacar, Myra Maia, Eleonora, Yanca Medeiros, a volta de Dida Fialho, a gravação do novo disco do cabra Totonho, e o novo CD de Seu Pereira e o Coletivo 401. E, gente, sem esquecer o enorme barulho bacana da banda Mafiota.

Sem esquecer também a falta que nos fará Belchior e Luiz Melodia, dois grandes nomes que se foram e deixaram aqui as suas valiosas marcas no afeto de inúmeros paraibanos e brasileiros. E a alegria de ver de volta a Metalúrgica Filipéia (foto) e seu Maraca Eu, regido pelo maestro Chiquito.

E o nosso projeto AGENDA VIVA, parceria com a WSCOM, ganhou reforço qualitativo passando a ser gravado nos estúdios da TV Empreender. Como não sou perfeito, peço desculpar as ausências, na certeza que fizemos apenas pequeno registro do que prometia ser um ano sofrido para a arte e a cultura, mas que ao final teve um balanço até pra lá de bom.

Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing – g.sabino@uol.com.br
 



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