Educação

Elite faz 43% mais pontos que pobres

desempenho


23/12/2014

 O nível socioeconômico dos alunos faz diferença no desempenho dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2013. Os resultados divulgados nesta segunda-feira (22) mostram que a melhor escola do país na prova de redação, uma particular com alunos de alto poder econômico, teve pontuação 43% maior que a melhor escola de alunos de baixa renda.

Enquanto os estudantes do Coleguium, de Belo Horizonte, tiveram nota média de 869 pontos na redação do Enem, os alunos da Escola Estadual Edson Queiroz, de Cascavel (PR) conseguiram uma média de 606,17 pontos no texto e a melhor colocação no ranking de redação entre as escolas com alunos pobres.

A diferença entre as duas escolas é de 262,83 pontos e de cenário. Os alunos mineiros estão entre a faixa dos candidatos com maior nível socioeconômico, que inclui acesso a muitos bens de consumo, a internet, empregada doméstica em casa, renda familiar de mais de 7 salários mínimos e pais formados no ensino superior, segundo o Inep.

Já os paranaenses estão entre os alunos de baixo nível socioeconômico, com acesso apenas a bens elementares, sua família, em geral, tem renda de até um salário mínimo e os pais cursaram até o ensino fundamental.

A classificação foi feita pela primeira vez este ano pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.

O presidente do Inep, Chico Soares, afirmou que a inclusão desse indicador é um reconhecimento da diversidade entre as escolas. "“As escolas são muito heterogêneas, o que estamos fazendo é reconhecer que as escolas atendem alunos muito diferentes e isso tem impacto no seu desempenho".

Soares destaca, no entanto, "que existe sucesso em todo tipo de escola e isso é importante para saber o que essas escolas estão fazendo de correto".

Na escola de Cascavel, por exemplo, a média da nota em redação dos 30 melhores alunos é de 773,75 pontos. Quase 170 pontos a mais que a média geral dos 143 estudantes matriculados na escola.

Na outra ponta, quando vistas apenas as 4.686 escolas com alunos de nível socioeconômico alto e muito alto, mais da metade delas (2.450) têm nota inferior a média da escola estadual paranaense.

"Os pais devem usar isso como ferramenta na hora de comparar e perceber que na escola mais perto dele pode haver alunos de excelência", aponta o presidente do Inep.



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